Governo anuncia encerramento de negociações com policiais

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O governo do Paraná anunciou, na tarde desta quarta-feira (7), que as negociações com os policiais sobre o processo de implantação dos subsídios (novo regime de remuneração) estão concluídas, apesar de as propostas apresentadas às polícias Militar, Civil e Científica terem sido rejeitadas pelas categorias.

"É a reafirmação do que já havia sido exposto publicamente: o governo foi ao limite. Diante de todas as possibilidades estabelecidas os avanços ofertados foram importantes", disse o secretário de Administração e Previdência, Luiz Eduardo Sebastiani.

A partir de agora, o governo do estado deve redigir o anteprojeto de lei que fixa a nova forma de pagamento, tomando como base as tabelas ofertadas às forças policiais (ver anexos). Segundo Sebastiani, o texto final deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa (Alep) nas próximas semanas.

"Os valores foram estabelecimentos em diálogo com representantes das categorias. Era o que era possível oferecer. Contamos com a compreensão e entendimento de todos", afirmou o secretário.

Apesar do ponto de ebulição em que se encontram alguns setores das bases das forças policiais, o governo do estado parece não estar preocupado com reações mais "drásticas", como a deflagração de greve, como ocorreu em outros estados. Sebastiani menciona que alguns redutos das policias ficaram satisfeitos com as tabelas apresentadas pelo governo e que a agitação se resume a alguns grupos.

Presidente de sindicato diz que já sabia

O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, lamentou o encerramento do diálogo, mas frisou que já não tinha grandes expectativas nas negociações. "Já sabíamos, mas tínhamos que fazer uma última tentativa", disse. Ele ponderou ainda que as reposições aos policiais de 5ª classe (em início de corporação) são consideráveis, mas que os reajustes vão perdendo a força conforme a progressão de carreira.

O Sinclapol deve realizar uma assembleia na próxima semana, para deliberar sobre a decisão do governo de redigir o anteprojeto com base nas tabelas rejeitadas pelos policiais. Na pauta, deve estar a possibilidade de a categoria voltar ao indicativo de greve. Gutierrez, no entanto, lavou as mãos e deixou a decisão com os colegas. "Eles [os policiais] vão ter que decidir. O que eles decidirem em assembleia, o sindicato acata", resumiu.

Rejeição da tabela

Na noite de terça-feira (6), os policiais civis do Paraná haviam rejeitado os valores apresentados, em decisão definida em assembleia realizada pelo Sinclapol.

A categoria havia decidido apresentar uma contraproposta ao governo na próxima semana e, caso ela fosse rejeitada, os policiais civis retomariam o indicativo de greve. A contraproposta iria estabelecer subsídio de R$ 4,7 mil ao investigador de 5ª classe (policial em início de carreira), R$ 700 a mais que os R$ 4 mil ofertados pelo governo na tabela rejeitada pelos policiais.

Polícia Científica

Na manhã desta quarta-feira, antes do anúncio da decisão do governo, o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná (Sinpoapar) informou que iria realizar, nesta sexta-feira (9), uma nova assembleia da categoria para discutir a tabela salarial apresentada pelo governo.

Segundo o Sinoapar, somente os valores da nova proposta, mas ainda não conhecemos os detalhes de teriam sido repassados para a categoria, sem especificar como cada servidor seria enquadrado na nova tabela.