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Área de Nova Friburgo foi destruída pelo deslizamento de terra, na região serrana do Rio | Vanderlei Almeida / AFP Photo
Área de Nova Friburgo foi destruída pelo deslizamento de terra, na região serrana do Rio| Foto: Vanderlei Almeida / AFP Photo

Governo do Paraná faz campanha para arrecadar donativos

Confira alguns dos locais onde é possível fazer doações em Curitiba e no Paraná:

Hospital da Cruz Vermelha - Avenida Vicente Machado, 1310, Batel – (41) 3016-6622;

Prefeitura de Curitiba - Avenida Cândido de Abreu, 817 - Centro Cívico;

Fundação de Ação Social - Rua Eduardo Sprada, 4.520 - Campo Comprido;

Todas as Ruas da Cidadania, em Curitiba;

Postos da Polícia Rodoviária Federal, em todo o estado;

Unidades do Corpo de Bombeiros e bombeiros comunitários do Paraná.

Depósito em bancos

A Prefeitura de Teresópolis (RJ) recebe doações em dinheiro através da conta 110000-9, agência 0741-2, do Banco do Brasil.

A Prefeitura de Nova Friburgo vai receber doações por meio da agência 0335-2 e conta 120000-3.

O Itaú Unibanco vai receber qualquer valor na conta bancária 00594-7, agência 5673, em nome do Fundo Estadual de Assistência Social do estado do Rio de Janeiro.

O Bradesco também receberá doações na conta 2011-7, da agência 6570-6.

A Caixa Econômica Federal (CEF) recebe doações pela conta da Defesa Civil do Rio de Janeiro: agência 0199, conta 2011-0.

Ministério da Saúde cadastra profissionais para trabalho voluntário no Rio

O Ministério da Saúde informou que 131 profissionais de saúde já se cadastraram para trabalhar como voluntários no atendimento às vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro, segundo informações da Agência Brasil.

O cadastro dos voluntários será enviado à Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, que vai avaliar como os profissionais poderão ajudar. O ministério iniciou nesta sexta (14) o registro dos interessados, que devem se cadastrar pelo site www.saude.gov.br.

Cerca de 300 médicos, enfermeiros e outros profissionais estão de sobreaviso para reforçar o atendimento em seis hospitais federais (Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Lagoa, Ipanema e dos servidores estaduais).

O governo federal anunciou o envio de 7 toneladas de medicamentos, seringas, esparadrapos e luvas para o Espírito Santo, estado também castigado pelos temporais. O material é suficiente para atender 45 mil pessoas por um mês.

Governo federal antecipa Bolsa Família para atingidos pelas chuvas

O Ministério do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai antecipar o pagamento do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), conhecido como aluguel social, às vítimas das fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Cerca de R$ 6 milhões serão liberados a partir desta terça-feira (18). O ministério também vai destinar 8 mil cestas de alimentos para distribuição aos desabrigados. Aluguel social será pago, ainda, a 5 mil famílias que tiveram as casas devastadas pelas enchentes.

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Maior tragédia natural da história do Brasil e um dos dez piores do mundo

Esta já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Em SP, durante o primeiro trimestre de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes.

O drama que assola a região serrana do Rio de Janeiro já está entre os dez piores deslizamentos do mundo nos últimos 111 anos. O número de vítimas do desastre ultrapassou o de uma tragédia na China que até então ocupava a décima posição no ranking da Organização das Nações Unidas (ONU) - ainda não atualizado.

Ajuda internacional chega; notas de solidariedade são recebidas pelo governo

Os EUA doaram nesta sexta-feira (14) US$ 100 mil para vítimas de enchentes no Rio e em São Paulo. A informação foi confirmada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. De acordo com a embaixada, o dinheiro doado vai se somar aos recursos nacionais.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, divulgou nota oficial nesta sexta em que presta solidariedade aos brasileiros afetados pelas fortes chuvas e se dispõe a ajudar o governo brasileiro no socorro às vítimas. "O governo bolivariano expressa toda sua solidariedade com o governo da presidenta Dilma Rousseff e confia plenamente em sua capacidade de dar uma resposta oportuna e efetiva a esta crise", afirma Chávez.

"Embora estejamos em uma situação difícil, resultado de nossa própria emergência, consideramos indispensável que nossos países trabalhem de maneira unificada e solidária em todos as áreas para fazer frente aos desastres naturais produzidos pelas mudanças climáticas", diz Chávez, na nota oficial. "Por esta razão, reiteramos a disposição do governo bolivariano em colaborar com tudo que estiver a seu alcance para aliviar a situação no Brasil, e também agradecer pelo apoio que recebemos do governo brasileiro nos últimos dias", concluiu.

Nesta quinta, o governo da Argentina ofereceu ajuda ao Brasil no apoio às vítimas das enchentes. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina prestou solidariedade às famílias das vítimas das chuvas no Rio. "O governo e o povo da Argentina transmitem suas condolências ao governo e ao povo da República Federativa do Brasil e [estendem essas] condolências às famílias das vítimas, ante as lamentáveis consequências da chuva que atingiu a região serrana do estado do Rio de Janeiro."

O comunicado em sua conclusão diz ainda que "o governo da Argentina oferece ajuda imediata às autoridades brasileiras e os elementos considerados necessários para ajudar vítimas de catástrofes".

O governo federal anunciou na noite desta sexta-feira (14) que liberou R$ 100 milhões para cidades atingidas por chuvas no Rio de Janeiro. Metade desse valor será liberado na segunda-feira (17). (confira quais são as medidas e a distribuição desse valor entre as cidades). Esse já é o maior auxílio financeiro para a região serrana que registra pelo terceiro dia de buscas um aumento no número das vítimas. Ao todo, já são 548 mortos, segundo as prefeituras e o Corpo de Bombeiros de Itaipava. Além disso, subiu para cinco o número de cidades com registro de mortes.

Para prejudicar o trabalho de resgate de vítimas voltou a chover forte em Teresópolis e Itaipava, localizada em Petrópolis. Segundo os últimos levantamentos de mortos, seriam 247 óbitos em Nova Friburgo, 238 em Teresópolis, 18 em Sumidouro (o prefeito havia informado anteriormente 20 óbitos, mas corrigiu a informação), 43 em Petrópolis e 2 em São José do Vale do Rio Preto.

Já a Polícia Civil informou que quatro corpos foram resgatados em São José do Vale do Rio Preto, 242 em Nova Friburgo, 228 em Teresópolis, 41 em Petrópolis e 19 em Sumidouro, o que corresponde a um total de 534 mortos.

Enquanto isso, o número de desabrigados e desalojados na região serrana já chega a 19.430. Em Teresópolis já são 1.200 desabrigados e 1.300 desalojados. Em Nova Friburgo, seis abrigos alojam 414 famílias. Na cidade são registradas 1.500 pessoas desabrigadas. Em Petrópolis, o total de mortos já chega a 1.500. No total, nesta sexta foram confirmadas 5.500 famílias desabrigadas e desalojadas.

Nesta manhã, 225 homens da Força Nacional de Segurança chegaram à Região Serrana do Rio de Janeiro. Eles vão auxiliar nas buscas por vítimas e na manutenção da ordem pública nas áreas atingidas pelos temporais no estado, principalmente em Teresópolis.

Na quarta-feira, o Exército enviou 400 homens, 30 veículos, 2 retroescavadeiras, 2 carregadeiras, 1 gerador, 1 torre de iluminação e 6 helicópteros.

Nova Friburgo

A prefeitura de Nova Friburgo disponibilizou num blog, informações sobre a trágedia causada pelas chuvas no município. No blog há uma lista parcial com o nome dos mortos na cidade, assim como também listas com as pessoas que estão em abrigos da prefeitura. O número de mortos no município passa de 200, e na Região Serrana, um balanço mostra que já são mais de 500 mortes desde terça-feira (11).

O tenente Rubens Halfeld Plácido, do Corpo de Bombeiros em Nova Friburgo informou à Reuters que "o número de mortes ainda vai aumentar. Há gente soterrada em todos os lugares, há muito barro, água e lama. Aqui em Nova Friburgo poquíssimos bairros não foram atingidos."

Durante a manhã, moradores correram assustados pelas ruas da cidade após um falso boato do rompimento de barragem. A falsa notícia deixou em pânico centenas de pessoas que passavam pelo Centro da cidade. Segundo informações de equipes de resgate, a queda de uma caixa d'água assustou os moradores.

De acordo com autoridades, há duas represas na região mas, mesmo que elas se rompam, a água não chegará à cidade. Nas ruas do Centro de Friburgo, alguns motoristas assustados abandonaram seus carros, outros voltaram na contramão. Este boato também afetou o funcionamento do pedágio da RJ-11. Funcionários da Concessionária Rota 116 fecharam cabines, antes da entrada de Nova Friburgo, alegando que havia estourado uma represa. No entanto, funcionários da Defesa Civil Estadual disseram que a informação era falsa e pediram para reabrirem a passagem.

Nesta sexta, mais um Hospital de Campanha do Corpo de Bombeiros foi montado em Nova Friburgo. Com o hospital de campanha da Marinha que já funcionava, passam a ser dois na região.

Teresópolis

Em Teresópolis, o policiamento foi reforçado após o registro de saques. Uma testemunha contou que policiais armados perseguiram homens suspeitos de assaltarem lojas no centro da cidade, levando pânico aos comerciantes.

Várias lojas fecharam as portas após relatos de um arrastão em diferentes pontos da região central da cidade, segundo o bancário Rapahel Lipowicz.

De acordo com informações da assessoria de comunicação da prefeitura, foram registrados nesta manhã dois assaltos a lojas do Centro, próximas à Calçada da Fama, a mais importante área de comércio da cidade.

No bairro de Campo Grande, onde a prefeitura de Teresópolis acredita que ao menos 150 casas foram soterradas pelo deslizamento de pedras e lama, as equipes de resgate ainda encontram dificuldades para localizar as vítimas. As casas foram cobertas por ao menos três metros de lama, segundo autoridades municipais. A comunidade de cerca de 5 mil habitantes foi uma das mais atingidas pelas enchentes e deslizamentos.

A moradora Lourdes Rocha da Silva, de 51 anos, disse à Reuters que "havia tantas pessoas gritando por ajuda e morrendo, mas não podíamos fazer nada. Estava escuro."

Lourdes conseguiu subir no telhado com o marido, a filha e netos enquanto água e lama inundavam sua casa, que estava na beira da área mais atingida.

Ela afirmou que pessoas construíram muito perto de um riacho que corta a cidade. Atribui-se à construção ilegal em áreas de risco o alto número de mortes. "Este é um desastre natural, mas as pessoas pioraram as coisas ao apertar o rio. Eles construíam ali porque não tinham outro lugar para morar", concluiu.

"A chance de encontrar sobreviventes é zero", disse Leandro Vabo, chefe da equipe médica que atua no bairo. Segundo ele, o número de desaparecidos é muito grande e a conta de mortos vai aumentar. "Quando eles escavarem essas casas, haverá apenas ossos", completou.

O cenário de tragédia se espalhou por diferentes pontos da cidade. No distrito rural de Santa Rita, em Teresópolis, que ficou isolado após a queda de uma ponte, moradores relataram ter visto dezenas de mortos que ainda não foram resgatados.

"Você anda por Santa Rita e vê corpos agarrados nas cercas de arame farpado. Tem corpo de crianças na beira da estrada, já está até cheirando mal", contou por telefone à Reuters o pastor evangélico Carlos Cardoso, que está ajudando a retirar desabrigados e feridos da localidade com cerca de 400 habitantes.

O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, anunciou nesta sexta-feira que a reconstrução da cidade custará mais de R$ 500 milhões.

Petrópolis

Em Petrópolis, equipes de resgate trabalham para conseguir acessar uma localidade isolada, conhecida como Ponto Final, no Vale do Cuiabá, em Itaipava. Há notícias de que lá há 22 pessoas desaparecidas. Para o trabalho, serão utilizados três retroescavadeiras e 60 caminhões.

Segundo o prefeito Paulo Mustrangi Mustrangi, a Coordenação de Ação Emergencial de Petrópolis montou uma Central de Desaparecidos para poder obter informações seguras sobre as vítimas da tragédia.

"Dessa forma, poderemos ouvir parentes e pessoas mais chegadas às famílias, que tenham a convicção de que alguma pessoa está desaparecida", ressaltou o prefeito. "Com a ajuda da família, será mais seguro identificar a localização das casas desaparecidas e das próprias pessoas, e, a partir daí, mobilizar equipes para uma operação de resgate", complementou Mustrangi.

O prefeito informou que aguarda o governador Sérgio Cabral para percorrer os lugares mais afetados pelas chuvas em Itaipava, distrito de Petrópolis.

Dificuldade no resgate

"Estamos tendo muitos problemas, porque a água da chuva trouxe uma massa de terra enorme, vegetação, lixo e restos de casas. Temos dificuldades para acessar muitas áreas mesmo 72 horas depois do ocorrido", disse à Reuters o superintendente operacional da Defesa Civil Estadual, Luís Guilherme Santos.

Por telefone, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse que "os helicópteros às vezes por serem de grande porte não conseguem aterrissar em um local seguro.", e complementou que "por enquanto, em alguns locais, vamos usar rapel (de helicóptero) para socorrer as pessoas e levar mantimentos e água."

De acordo com homens envolvidos nas ações, a infraestrutura dos municípios é muito deficiente. "Se não fosse a ajuda do corporação estadual a tragédia seria muito maior. Aqui não tem nada, nem uma lanterna para trabalhar ou uma corda", ressaltou um bombeiro, que pediu anonimato.

Custo de alimentos

Moradores da cidade contaram à Reuters que o custo de alimentos e de água aumentou em decorrência da escassez. Alguns foram informados pela Cedade que ficarão até cinco dias sem abastecimento de água devido à contaminação da rede.

"Um galão de água está custando 40 reais", disse um morador, quase quatro vezes o preço normalmente cobrado.

Em Nova Friburgo, a população pegava alimentos contaminados pela chuva e descartados por supermercados e mercearias.

A falta de vagas em cemitérios começava a preocupar as autoridades e, em Teresópolis, uma igreja era usada para armazenar cadáveres após a capacidade do Instituto Médico Legal local ser esgotada.

Estradas e energia

Estradas voltaram a ser interditadas na Região Serrana. Na RJ-116, o tráfego voltou a ser fechado no Km 92, devido a uma queda de barreira no Vale do Tainá, em Nova Friburgo. A BR-495, que liga Petrópolis a Teresópolis, está interditada no Km 20, em Itaipava. Uma ponte caiu no Km 102 e o tráfego segue no sistema pare e siga nos Kms 75 e 74.

A Ampla, concessionária de energia da região serrana, informa que a luz já voltou para 91 mil clientes na região serrana atingidos pela chuva e por deslizamentos de terra esta semana. Algumas áreas, no entanto, ainda estão sem acesso para que as equipes de emergência da companhia possam normalizar o fornecimento de energia.Confira os locais mais atingidos pela tragédia:

Veja na galeria as fotos da tragédia:

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