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Xeque-Mate

Grampos comprometem Morelli

Novas gravações mostram expansão de negócios de compadre de Lula

Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). (Foto: Divulgação)

Campo Grande (MT) – A Polícia Federal acredita que o novo lote de interceptações telefônicas da Operação Xeque-Mate que enviou à Justiça na última sexta-feira indica que Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estava expandindo em ritmo acelerado os negócios de jogos de azar em sociedade com Nilton Servo – acusado de chefiar a máfia dos caça-níqueis. Os dois estariam tomando providências para abrir duas casas de bingo, em São Sebastião (SP) e Manaus (AM). "Vão faturar já na primeira semana um caminhão de dinheiro", diz Servo a Morelli, numa conversa gravada pela polícia em 30 de maio.

Os planos teriam ruído diante da operação da PF desencadeada cindo dias depois, que levou 80 pessoas para o presídio federal de Campo Grande. Entre os alvos da Xeque-Mate estão Morelli e Servo. A PF acusa o compadre de Lula de ser sócio de Servo em uma casa de videobingo em Ilhabela (SP) e na operação de máquinas caça-níqueis espalhadas pela cidade.

Em uma conversa interceptada pela PF em 29 de março, o compadre de Lula recebeu telefonema de um presidiário, não identificado. Os dois comentam sobre um dinheiro que Morelli ficou de depositar para o detento. No diálogo, o compadre do presidente conta ao amigo sobre o negócio que abriu em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. "É um salão com aquelas máquinas de bingo", anuncia, empolgado. Ele afirma que está operando 30 máquinas e vai instalar mais 30 em São Sebastião. O advogado de Morelli, Milton Fernando Talzi, afirma que seu cliente não é sócio de bingo. À PF, Morelli declarou que tem rendimento mensal de R$ 4,8 mil, seu salário em uma sociedade de economia mista, em Diadema, também na região do Grande ABC.

Já Nilton Servo, parceiro de Morelli, foi flagrado no dia 30 de maio pelo grampo da PF contando que precisava de mais 150 máquinas caça-níqueis e de um operador em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, onde o amigo do presidente tem uma casa. Para a PF, essa negociação reforça as evidências de que o suposto líder da máfia do jogo pretendia instalar novas casas de bingo em cidades do litoral paulista, em parceria com Morelli.

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