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Senado

Gravação piora ainda mais situação de Renan

Prova reforça indícios que Cláudio Gontijo pagou despesas de campanha do senador

Brasília – Uma gravação divulgada pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, ontem à noite, derrubou mais um dos argumentos da defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A gravação é um forte indício de que Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior, pagou despesas de campanha eleitoral do presidente do Congresso.

A gravação registra um diálogo de Gontijo com a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha fora do casamento. O lobista diz que Renan fazia campanha de maneira audaciosa, indo para a rua "num sol de rachar", mas "pedindo pra Deus e todo mundo". A jornalista pergunta se o "pedido" era para "pagar a conta" da campanha, e Gontijo responde: "É sempre assim: ‘Cláudio, arruma aí, pede emprestado’".

O senador sempre disse que Gontijo era apenas um amigo e que jamais lhe pediu para pagar despesas pessoais. O advogado da jornalista, Pedro Calmon Filho, disse que decidiu divulgar a gravação – feita em março de 2005 –, "para que não haja mais especulação sobre o assunto".

Telefonemas

Calmon entregou ao Conselho de Ética da Casa cópia de seis CDs com gravações de conversas telefônicas entre Mônica Veloso, Renan e Gontijo. O material, periciado pelo ex-diretor de criminalística da Polícia Federal Aidano Farias, foi entregue ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), e ao vice- presidente do Conselho de Ética, Adelmir Santana (DEM-DF). "Colocamos em um envelope lacrado e vamos passar para o novo presidente. O perito Aidano virá ao Senado se preciso", afirmou Tuma.

Segundo Calmon, as gravações foram feitas por Mônica quando havia "movimentação no sentido de que a paternidade da filha não fosse reconhecida". "O material desmente que minha cliente fez chantagem e comprova a relação dela (com Renan). Ela foi ameaçada de morte e fez as gravações em um momento de fragilidade", justificou Calmon.

O senador Renan deixou a Casa às 21h38 com o semblante abatido, completamente diferente do que exibiu ao longo do dia quando viu o Conselho de Ética patinando sem relator e sem presidente. Lamentando que sua família já fora "desconstruída" com questões "íntimas e privadas", Renan afirmou que "tudo que se refere às sua campanha eleitoral está declarado em sua prestação de contas" feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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