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Saúde

Greve ainda não ameaça bancos de sangue do PR

A atividade dos bancos de sangue do Paraná ainda não foi prejudicada pela greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a continuidade da paralisação, que entra hoje no 64.º dia, já causa apreensão pelo menos nos estabelecimentos particulares. A principal preocupação é com relação à falta dos kits de reagentes utilizados para testar a qualidade do sangue doado e que são importados. Por lei, antes de qualquer transfusão, o sangue tem de ser submetido a 11 testes - entre eles aids, hepatite C, sífilis e vírus causadores de alterações no fígado.

No Instituto Paranaense de Hemoterapia e Hematologia (Hemobanco) os kits devem durar no máximo 30 dias. "Por enquanto temos o material, mas a situação já é preocupante", analisa o diretor-técnico Giorgio Baldanzi. O Hemobanco realiza 3 mil transfusões por mês e atende a 12 hospitais de Curitiba e região metropolitana.

O alerta sobre as conseqüências da greve para os hemocentros do país foi feita pela Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. De acordo com diretor da entidade, Dante Langhi Júnior, os estoques dos laboratórios que vendem os kits devem durar apenas mais uma semana. O Ministério da Saúde alega que o problema da falta de reagentes é pontual. Segundo o órgão, até a semana passada não havia notificação de problemas generalizados.

Os fiscais da Anvisa que estão paralisados são responsáveis pela liberação de qualquer carga que chegue ao país. O comando de greve informa que 30% dos funcionários estão trabalhando para garantir o abastecimento de materiais emergenciais. "Se isso está sendo cumprindo eu não sei, mas o fato é que precisamos da garantia que os kits sejam liberados sem restrições", diz Dante.

No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), responsável pelo abastecimento em 24 unidades de saúde públicas, a situação é tranqüila. O diretor Vilmar Mendonça Guimarães afirma que o centro mantém dois contêineres do produto e essa quantidade seria suficiente para seis meses. "Nunca deixamos o material chegar no limite, sempre abrimos uma nova licitação para garantir estoque. A greve teria que se estender por muito tempo para nos prejudicar", explica.

Por enquanto, não há sinal de que a paralisação esteja perto do fim. Segundo os grevistas, o governo não quer negociar. O Ministério do Planejamento, responsável pela negociação com os servidores, foi procurado por meio de sua assessoria de imprensa, mas não se manifestou.

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