A greve da Empresa de Correios e Telégrafos (EBT), iniciada quinta-feira, não é motivo para que se deixe de pagar as contas em dia. A coordenadora estadual do Procon, Ivanira Galvão Pinheiro, alerta que a pessoa deve ligar com antecedência para a instituição credora e solicitar a segunda via do documento a ser pago. Caso contrário, os juros e encargos serão cobrados normalmente.
A assessoria de comunicação dos Correios confirma que houve entrega de faturas, cartas e Sedex, consideradas urgentes, nestes dois dias de paralisação. O restante do material está sendo deixado para ser entregue depois. Porém, se nos próximos dez dias a greve perdurar, deve ser montado um mutirão para colocar a entrega em dia.
A estimativa da assessoria é de que 40% das correspondências em torno de 500 mil deixaram de ser entregues durante o primeiro dia de paralisação, ontem. Diariamente, é distribuído 1,3 milhão de correspondências. Metade diz respeito a Curitiba. O efeito, porém, só será sentido dentro de três a quatro dias.
Por conta da greve, a empresa de telefonia Brasil Telecom está prorrogando a data de vencimento das contas de telefone. No Paraná, as faturas de telefone fixo que venceram ontem serão prorrogadas para o dia 19. As faturas de celular para o dia 18. Todas as contas que vencem terça-feira vão ficar para o dia 24.
Contraproposta
Em torno de 400 trabalhadores dos Correios fizeram passeata na tarde de ontem pelo Centro de Curitiba. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), simultaneamente ao movimento, o comando de greve nacional esteve reunido com a empresa, em Brasília, e ofereceu contraproposta de pagamento do abono de R$ 400 em uma só vez e a possibilidade de inclusão dos pais como dependentes no plano de saúde para quem recebe até 1,2 salário mínimo. Além da passeata, foi feita panfletagem explicando as razões da greve e pedindo compreensão da população.
Na quinta-feira, o juiz José Aparecido dos Santos, da 17.ª Vara do Trabalho de Curitiba, negou o pedido de interdito proibitório (medida judicial que pretende proteger a propriedade) formulado pela direção estadual dos Correios contra o Sintcom-PR. A empresa entrou com o pedido dia 6 de setembro para evitar a mobilização em frente às instalações. "Os carteiros e operadores de triagem pararam primeiro, depois a greve se alastra para outros departamentos", comenta o secretário-executivo do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos. Ele lembra que os atendentes já começaram a parar os trabalhos também. Domingo, haverá atividades para as famílias, no local do acampamento, na Travessa Pinheiro, rua lateral à João Negrão, onde fica a sede dos Correios. Ontem, as agências do Rebouças e a Central deixaram de funcionar. Para segunda-feira, está previsto o fechamento da agência Marechal Deodoro.



