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A greve dos técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que começou na manhã de segunda-feira (28), já conta com adesão de aproximadamente 50% dos 3,5 mil funcionários. A formação de filas para reagendamentos de consultas, a suspensão das internações na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas (HC), e o fechamento do Restaurante Universitário são alguns dos reflexos do movimento. Os grevistas ameaçam deixar apenas 30% dos servidores trabalhando na segunda-feira(4), se as reivindicações da categoria não forem atendidas.

Nesta terça, a UTI do hospital estava lotada com 14 pacientes, mas quando os leitos ficarem vagos, o setor não receberá outros pacientes. Nos dois dias de greve foram realizadas apenas 40 cirurgias, quando a média seria de 80 procedimentos. A grande dificuldade é a falta de enfermeiros e de técnicos de instrumentação. O comando de greve abriu uma exceção para a realização de um transplante de fígado.

As cirurgias que foram suspensas serão remarcadas para daqui um mês ou até seis meses. Segundo informações da assessoria de impressa do HC, os atendimentos de emergência e as consultas estão mantidos. Outro setor afetado pela greve é o de agendamento de consultas. Os pacientes que precisavam confirmar ou reagendar os atendimentos tiveram que esperar até duas horas na fila. A assessoria do hospital disse que setores como a lavanderia e a limpeza não devem ser afetados, pois contam com funcionários terceirizados.

Os funcionários do Restaurante Universitário (RU) aderiram ao movimento e fecharam as portas. A vice-reitora da universidade, Márcia Helena Mendonça, que se reuniu com o comando de greve na manhã desta terça, disse que a UFPR está sensível às reivindicações dos funcionários, porém muitas delas não dependeriam diretamente da administração. Segundo Márcia, o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior enviou uma carta ao MEC, na segunda-feira, pedindo uma rápida negociação.

Reivindicações

As principais reivindicações são relacionadas a medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos artigos inibe o aumento de salários, o que prejudicaria o Plano de Cargos e Salários. De acordo com o programa, durante dez anos o gasto com a folha de pagamento do serviço público só poderá aumentar 1,5% ao ano, além da reposição da inflação. "Acreditamos que isso significa um congelamento dos salários da categoria até 2016", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Paraná (Sinditest/PR), José Carlos Assunção Belotto.

A categoria também protesta contra o projeto que pretende desvincular os hospitais universitários (HUs), como o Hospital de Clínicas da UFPR, das universidades federais. Os HUs passariam a ser geridos por uma fundação estatal. "É praticamente uma privatização. O hospital passará a ter que fazer convênios para se manter e deixar de ser totalmente gratuito. Teremos que ter uma portaria para atendimento pelo SUS e outra para quem tem plano de saúde", protestou Belotto.

UTFPROs servidores da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), antigo Cefet, se reúnem nesta quarta-feira (30) para decidir se vão aderir à greve.

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