Os servidores do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) mantiveram ontem a greve em várias cidades do Paraná, como Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Rolândia, Ponta Grossa, Cascavel, Toledo, Araucária e Pato Branco. Em Curitiba, entretanto, as três Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) continuaram operando normalmente.
Segundo o Sindicato dos Servidores do Detran no Paraná (Sisdep), representante dos grevistas, o movimento atingiu quase 90% da categoria. O Detran afirmou que 24% dos servidores estatutários do órgão, ou 230 de 960, participaram da paralisação. Hoje, a greve continua.
Os servidores cobram melhores condições e também enviaram representantes em apoio aos servidores do estado que estão acampados na frente da Assembleia Legislativa em protesto contra o chamado "pacotaço" proposto pelo governo do estado, com medidas de austeridade que desagradaram aos servidores por afetar direitos adquiridos recentemente.
Serviços essenciais
Mesmo paralisados, os grevistas permaneceram nas Ciretrans das 8 h às 17 horas de ontem. Contudo, só atenderam o público das 8 às 14 horas para quatro serviços essenciais: documentação para veículos direcionados a serviços essenciais (como ambulâncias), exames práticos para a primeira habilitação de candidatos que estão com o vencimento dos exames para os próximos 30 dias e apreensão de habilitações que foram suspensas e liberação da habilitação para motoristas que já fizeram cursos de reciclagem.
Negociação
Desde que a greve foi deflagrada, afirma Silvia Penerotti, secretária do Sisdep, o governo do Paraná não se sentou à mesa para negociar. As principais reivindicações dos servidores do órgão são reajustes salariais (como o quinquênio, progressão e promoção), aumento do quadro funcional por meio de concurso público e o pagamento do terço de férias, atrasado desde novembro.
A estimativa de Silvia é de que são necessários mil novos servidores para manter um atendimento de qualidade. "Quanto ao aumento de funcionários, o governo usou uma estimativa de um estudo que isso custaria R$ 100 mil e decidiu paralisar o processo por causa desse valor irrisório, desconsiderando que o Detran é o segundo maior arrecadador do estado", diz. "Mas para criar vagas para funcionários comissionados, como aconteceu 225 vezes de 2012 para cá, nunca falta verba."
