
Nas ruas que dependem de pedestres para ganhar vida, a greve dos motoristas e cobradores ônibus fez a cidade parecer deserta. A Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, encontrava-se com metade das lojas fechadas e quase ninguém circulava na rua. As que conseguiram funcionários para abrir as portas tinham que lidar com a falta de clientes.
Para Cecília Suptitz, 22 anos, gerente de uma loja de chocolates na Rua XV, ainda esperava a chegada da funcionária às 10h30. "Estou aqui desde as 8h30 e a minha funcionária está com a chave. Tenho de esperar", conta. Para ela, a única solução se a greve continuar é pagar táxi para os funcionários chegarem no horário.
Já Bachir Elamin, 43 anos, se viu numa situação diferente. Cuidando de uma loja de bijuterias de um amigo, ele teve que abrir o local sozinho. "Está tudo vazio. Os quatro funcionários não conseguiram táxi, nem carona", explica. Elamin também reclama da falta de clientes. "Não tem ninguém. Em dias de chuva já diminui um pouco movimento, mas nunca desse jeito", diz.
A chefe de setor de uma loja de departamentos Elianete Prado Santos, 36, abriu a loja mesmo sem a chegada da gerente. "Eu consegui vir de carro e outra funcionária veio de táxi. Só estamos nós duas, quando geralmente tem cerca de 20 funcionários pela manhã", conta. Elianete ainda esperava outros funcionários que estavam dividindo um táxi até o local de trabalho. A loja só abriu uma hora e meia depois de seu horário habitual.




