Em busca de melhorias para o trabalho no campo, pelo menos 1.500 agricultores de todo o Paraná se reúnem em Curitiba nesta quarta-feira (23) para a 12.ª edição do Grito da Terra. A mobilização anual, promovida em caráter estadual pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), traz para a capital paranaense caravanas de todas as regiões do estado que reivindicam mudanças em diversos pontos da política agrícola adotada pelo governo.
De acordo com o presidente da Fetaep, Ademir Mueller, a expectativa de trabalhadores deve se confirmar, já que 1.350 pessoas já confirmaram presença na mobilização. As caravanas se encontram na Praça 29 de Março no início da manhã. "De lá vamos em direção ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, e passaremos pela Catedral de Curitiba", afirmou Mueller. Com isso, as avenidas Martim Afonso, Cândido de Abreu e a rua Barão do Serro Azul, locais que os trabalhadores rurais vão utilizar na passeata, devem ficar congestionadas durante toda a manhã.
Na sede do governo do Paraná, uma comissão de representantes da classe, formada por 40 pessoas, tem uma audiência marcada com o governador Roberto Requião às 11h. "Esperamos ser recebidos pelo governador, já que essa reunião já foi agendada há algum tempo com o pessoal da Casa Civil", comentou Mueller. Os manifestantes ficam concentrados no Centro Cívico, onde devem também almoçar. À tarde, os trabalhadores rurais se reunirão como representantes da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e do Incra, a partir das 14h.
Reivindicações
As principais reivindicações dos manifestantes estão ligadas aos investimentos. Dentre as questões que serão discutidas estão a garantia por parte do governo estadual do Fundo de Aval de R$ 10 milhões para dar assistência aos agricultores na próxima safra, prevista para começar entre outubro e novembro. Além disso, a Fetaep busca conseguir mais R$ 200 milhões através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) também para a safra que se aproxima. "Queremos utilizar o movimento e pressionar os governantes, que podem conseguir essas garantias para todos os agricultores, inclusive aqueles que se enquadram nos grupos C e D, os mais pobres e que tem a sua renda total ligada as atividades agropecuárias", completa Mueller.
Propostas para os setores de meio-ambiente, trabalho, saúde, educação e habitação também serão alvo das discussões. "Nesses últimos 12 anos conseguimos muitas conquistas para os trabalhadores rurais paranaenses. E é em nome desses cidadãos e cidadãs, que cultivam 87% das unidades produtivas e respondem por 48% da renda agropecuária do estado, que voltamos às ruas no dia 23 de agosto", finaliza o presidente da Fetaep.



