Depois de viajar quase mil quilômetros em um ônibus de excursão que saiu de Corrientes, na Argentina, com destino a Maringá, no Noroeste do Paraná, a estudante Paola Guadalupe, 18 anos, diz que só vai se preocupar com o cansaço quando voltar para casa. Ela é um dos milhares de visitantes reunidos neste final de semana no Parque de Exposições da cidade para a 21.ª edição do Hallel, reconhecido como o maior evento de música católica da América Latina. Segundo a organização, 100 mil pessoas devem passar pelo local até às 23 horas deste domingo (8).
“Estou encantada. É a primeira vez que participo, as pessoas contagiam e aumentam mais a nossa fé”, afirma Paola, com um sorriso no rosto. Assim como ela, muitas outras pessoas também passaram horas nas estradas para chegar à festa. O pedagogo Fernando Aurélio Laurino, 24 anos, saiu de Miranda, no Mato Grosso do Sul, pelo terceiro ano seguido e rodou mais de 700 quilômetros para evangelizar com os amigos. “Tudo vale a pena quando é por uma boa causa. Passamos o ano todo esperando por esses dias.”
A dona de casa Marilia Silva Cardoso, 59 anos, diz que essa é a beleza do Hallel. “Eu moro a cinco quadras daqui [do Parque de Exposições], mas você vê gente de muito longe. Gente de 7 e de 70 anos. Todos reunidos pelo mesmo propósito, todos alegres, em oração. Esse é o objetivo desse encontro”, diz ela, que também conta que já marcou presença em pelo menos 15 edições.
Dois dias de fé
Durante os dois dias do Hallel, as atividades evangelizadoras tomam conta de todo o espaço do Parque de Exposições de Maringá. Centenas de estandes com camisetas, livros, imagens religiosas e os mais diversos objetos da fé católica são comercializados. As missas celebradas em vários horários reúnem multidões. E até mesmo nos campings, montados para receber as caravanas de outras cidades, as rodas de violão são embaladas com músicas gospel.
As tendas com módulos de pregação e palestras para crianças, adolescentes e adultos também se somam às atividades. No entanto, o grande chamariz são as atrações musicais. Neste ano, nomes como Padre Reginaldo Manzotti, The Flanders, Anjos de Resgate e Rosas de Saron seguem agitando os visitantes.
“A gente chama de evento católico, mas já se tornou ecumênico, o que é muito bom, já que a palavra de Deus é uma só. Recebemos bem a todos que chegam. Não há distinção. Tem gente da Argentina, Paraguai, São Paulo, Mato Grosso, gente que vem celebrar e fazer crescer essa festa”, diz um dos coordenadores do Hallel, Martinho Araújo.
Ainda segundo Araújo, para fazer o encontro anual acontecer foi preciso a ajuda de 800 pessoas, sendo 500 voluntárias.â
