Quem precisa se consultar no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná tem enfrentado cancelamentos devido à sequência de greves dos funcionários do hospital. Primeiro foram os médicos e, desde o dia 11 de junho, os servidores técnico-administrativos paralisaram suas atividades, aderindo à greve de professores da UFPR. A partir da próxima segunda-feira, os pacientes terão outro agravante: a suspensão das consultas ambulatoriais eletivas, que são aquelas que não têm urgência.
A medida foi tomada porque, de acordo com o hospital, a greve dos servidores acabou atingindo as áreas de exames de diagnóstico. Sem esses exames, os médicos ficam impossibilitados de fazer o acompanhamento aos pacientes.
Com a paralisação, cerca de 1,3 mil pessoas deixarão de ser atendidas e entre 500 e 600 exames serão cancelados diariamente. Apesar dos esforços da diretoria do hospital, não há muito mais o que se fazer, a não ser fechar as portas do ambulatório. "A greve não é de nossa responsabilidade, quem resolve toda a situação é o governo federal. O problema é o transtorno que tudo isso nos causa, porque ficamos aqui apagando incêndios somente", conta Mariângela Honório Pedrozo, diretora de assistência do hospital.
O Ministério Público Federal recomendou, no dia 18 de junho, que pelo menos 50% dos funcionários se mantivessem nos postos de trabalho, mas a medida não alivia o trabalho. "O hospital já possui um déficit de 600 funcionários. Agora, com a greve, são menos 300", explica a diretora. No total, o HC tem cerca de 1,9 mil servidores.
Agendamentos
A remarcação de consulta deve ser feita no próprio Hospital de Clínicas. Por hora, somente as emergências serão atendidas e os demais pacientes deverão procurar o hospital após o término da greve. Pacientes em tratamento oncológico e quimioterápico também serão atendidos normalmente, mas o hospital recomenda que eles entrem em contato com suas clínicas para mais orientações.
Quem não conseguir atendimento nesses dias de paralisação não precisará entrar novamente na fila de espera. "Desde a semana passada nós paramos de marcar consultas e retornos pelo sistema do hospital. Com isso fica uma lacuna de alguns meses na lista e podemos preenchê-la depois, com esses pacientes.", diz Mariângela. Há algumas semanas, quando os médicos também paralisaram temporariamente suas funções reivindicando melhores condições de trabalho, a diretora diz que foi possível remarcar as consultas, justamente porque ficou um espaço na agenda.
De acordo com o hospital, ainda não há previsão para que a greve acabe. Tudo depende do que for resolvido em âmbito federal, já a paralisação atinge também outras categorias de técnico-administrativos das universidades federais. Pacientes que tiverem dúvidas podem ligar para o telefone do HC: (41) 3381-1800.



