Um homem de 33 anos foi atropelado por uma locomotiva ontem, no centro de Piraquara, região metropolitana de Curitiba, depois de pegar carona no trem. Segundo informações da Polícia Militar, ao descer dos vagões em movimento, Valter Modesto de Oliveira ficou enroscado e, quando conseguiu se soltar, foi esmagado. Ele morreu na hora, com as pernas e um dos braços amputados.
Uma moradora de Piraquara, que preferiu não se identificar, disse que, depois do acidente, mais duas locomotivas passaram por cima do corpo de Oliveira até que a polícia chegasse ao local e interditasse os trilhos. Ele foi atropelado em uma região isolada da cidade às margens dos trilhos não há movimento de carros e pedestres. "Nós vimos o corpo todo estilhaçado depois que duas crianças vieram nos avisar. Ligamos para a polícia, mas os outros dois trens passaram muito rápido por aqui. Não deu tempo de avisar os maquinistas", afirmou.
Oliveira foi afastado do trabalho desde 1995, quando começou a apresentar quadros de psicose. Segundo o irmão Wagner Modesto de Oliveira, ele era uma pessoa normal, pois tomava remédios que controlavam a doença. "Costumava sair de casa sozinho, sem problema nenhum. Ele tinha noções de perigo. Só não sabemos o que ele estaria fazendo lá nos trilhos (no centro de Piraquara), em um lugar longe de casa", afirmou. Oliveira saiu da residência, onde morava com sua mãe, um pouco antes do meio dia, enquanto ela terminava de preparar o almoço. "Não sabemos ao certo o que aconteceu. Uns dizem que ele pegou carona, outros dizem que ele simplesmente foi atropelado. Foi um acidente e não vamos pedir nenhuma indenização à empresa", afirmou o irmão.
O incidente ocorreu por volta das 13 horas. De acordo com os moradores, a locomotiva que atropelou Oliveira não fez nenhum barulho anormal. "Quando tem alguém perto dos trilhos, eles costumam apitar ou frear forte, mas nada aconteceu", disse uma das moradoras. Segundo informações da assessoria de imprensa da América Latina Logística (ALL), empresa responsável pelas locomotivas, o maquinista do primeiro trem não avistou ou percebeu o acidente. Já o segundo maquinista que teria passado pelo local parou na hora e avisou o centro de operações da ALL. Ainda segundo a assessoria, não há informações de que outras duas máquinas teriam passado por ali sem avistar o corpo de Oliveira.
