Marcos Campina Panissa, foragido da Justiça há 12 anos, pode ter sido preso nesta semana nos Estados Unidos. Ele é o protagonista de um dos crimes mais polêmicos de Londrina (Norte do Paraná): em 1989 matou com 72 facadas a ex-mulher Fernanda Estruzani, que tinha 21 anos. A prisão dele teria sido comunicada por um telefonema a 1ª Vara Criminal de Londrina (onde tramita o processo contra ele), mas ainda não foi confirmada oficialmente.
Conforme a promotora da Vara, Susana Broglia Feitosa de Lacerda, no final da tarde de quarta-feira um representante do Ministério da Justiça ligou perguntando se o mandado de prisão contra Panissa ainda era válido e pedindo que o documento fosse enviado urgentemente para a Interpol. "Nós imediatamente enviamos. Depois, quando eu estava em uma audiência, teriam ligado ao cartório confirmando a prisão, mas até agora eu não recebi nada oficialmente. Não sabemos se ele [Panissa] foi localizado nos Estados Unidos porque a Interpol soube do caso no sistema do Ministério da Justiça ou se ele cometeu algum crime lá", disse. Ela ressaltou que a prisão de Panissa é fundamental porque seu julgamento está para prescrever.
Panissa foi a julgamento pela primeira vez em outubro de 1991. Ele foi condenado a 20 anos e 6 meses de prisão por ter matado Fernanda, em 6 de agosto de 89, no Edifício Hedy, na Avenida São Paulo (centro). Em março de 1992, Panissa foi submetido a outro julgamento e teve a pena reduzida para 9 anos de prisão. A defesa e a acusação recorreram e um terceiro julgamento foi marcado para o dia 31 de maio de 1995. No entanto, Panissa não compareceu e foi considerado foragido desde então. O crime teve grande repercussão em Londrina e, em 2000, chegou a ser divulgado pelo programa Linha Direta, da Rede Globo. "A prisão [de Panissa] é importantíssima. Pela legislação, um julgamento não pode ocorrer sem a presença do réu", enfatizou a promotora.
Nesta quinta-feira, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça não confirmou a prisão de Panissa, informando que a pessoa que poderia dar a informação não tinha sido localizada. A Polícia Federal também afirmou que a Interpol do Brasil não tinha qualquer comunicado sobre o caso. Na Interpol não quiseram falar sobre o assunto.
O JL não conseguiu localizar Antônio Carlos de Andrade Viana, advogado que defende Panissa.



