Nascido em Santos (SP), Carlos Alberto Santos, conhecido como Beto Terra, adotou a filosofia hippie ainda na juventude. Por conta dela, viajou sem rumo pelo Brasil em posse apenas de roupas de algodão, chinelos, mochila e um violão. Com este visual, conheceu a mulher, Fátima Santos em Icaraíma, na região Noroeste do Paraná, quando tinha 20 anos. "Ele tinha o cabelo nos ombros e um carisma único. Era diferente de todos os homens que eu conhecia", lembra Fátima.
Por conta da paixão arrebatadora, o casal fugiu e, em menos de um mês, casaram-se longe da família de Fátima. A mulher lembra que a atitude foi taxada como uma loucura por seus familiares. Mas deu certo. Beto e Fátima ficaram juntos por 32 anos. "Ele me ensinou essa questão de paz e muito amor. Posso dizer que meu marido agia com carinho e respeito sempre. Não era uma coisa da boca pra fora."
O espírito revolucionário foi também aplicado em ações sociais. Além de músico e compositor, Beto Terra era, também, um incentivador cultural. Fátima afirma que o marido acreditava que por meio da música era possível educar a população. Por isso, ele promovia semanas culturais em que ensinava temas como a Ditadura Militar para alunos do ensino médio de colégios de Umuarama.
Ele se formou em Pedagogia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em 31 de agosto, dois dias antes de sua morte.
Deixa esposa e um filho. Dia 2 de setembro, aos 52 anos, de enfisema pulmonar, em Umuarama, Paraná.



