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Infraestrutura

Hora de rever obras nas rodovias pedagiadas

Empresas e ANTT avaliam se é necessário retirar exigências ou prever novas intervenções. Edital autoriza mudanças no cronograma acertado em 2007

Duplicação de 19 quilômetros da BR-116 na Serra do Cafezal, em São Paulo: construção de nove trevos deve ser abandonada | Antônio More/ Gazeta do Povo
Duplicação de 19 quilômetros da BR-116 na Serra do Cafezal, em São Paulo: construção de nove trevos deve ser abandonada (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)
Nova pista da BR-116 entre Curitiba e Fazenda Rio Grande, que está pronta, deve ser liberada nos próximos dias |

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Nova pista da BR-116 entre Curitiba e Fazenda Rio Grande, que está pronta, deve ser liberada nos próximos dias

Uma duplicação que não foi prevista e hoje é essencial, um novo trevo de acesso para garantir segurança e conforto aos motoristas e a construção de vias marginais para tirar da rodovia o tráfego urbano são algumas das obras que podem ser incluídas entre as obrigações das concessionárias do sistema federal de pedágio. Está previsto em contrato que a cada cinco anos o cronograma de obras pode ser alterado e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já iniciou o estudo para avaliar se é necessário retirar exigências ou incluir novas intervenções. Técnicos e usuários das rodovias federais pedagiadas serão convidados a opinar. A previsão é de que o levantamento seja concluído no ano que vem.

A possibilidade de revisar o cronograma de obras é uma inovação incluída no edital de concessão em 2007. Para Viviane Esse, superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, com um contrato de 25 anos, é essencial que periodicamente sejam avaliadas quais são as reais necessidades das rodovias, adaptadas a um maior ou menor fluxo de veículos, por exemplo. "É preciso levar em consideração que incluir obras resultará em impacto na tarifa", alerta. Além de reuniões a serem realizadas em cidades às margens das rodovias, serão analisadas solicitações de obras enviadas diretamente à ANTT.

Para João Arthur Mohr, consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a revisão do quadro de obras é uma oportunidade de apontar o que é fundamental para assegurar uma boa malha rodoviária capaz de ser um fator de desenvolvimento econômico. Ele cita que alguns fatores mudaram nesse período e que adaptações são necessárias. "Há cinco anos, não estava prevista a instalação da montadora BMW na região de Araquari, em Santa Catarina. Com a fábrica e o fluxo intenso de caminhões, certamente será preciso pensar em um acesso", comenta.

Mohr avalia que, como o modelo de concessão em vigor nas BRs 116, 101 e 376 priorizou o preço mais acessível em detrimento de um cronograma de obras mais ousado, agora talvez seja o momento ideal de avaliar quais intervenções são as mais necessárias. Sobre o trajeto de serra, entre Curitiba e Garuva (SC), ele acredita que o ideal seria a construção de uma nova rodovia ou, no mínimo, refazer todo o traçado das curvas perigosas. Mas, como isso representaria um custo considerável a ser incluído na tarifa de pedágio, acha que é pouco provável que seja efetivado. Mohr imagina ser viável acrescentar outros tipos de obras, também relevantes, como contornos que tirem o tráfego rodoviário do perímetro urbano e trevos em desnível para acesso às cidades.

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