• Carregando...
Multimídia - Vídeo | TV Globo
Multimídia - Vídeo| Foto: TV Globo

Pacientes ainda têm dificuldades

O fornecimento de boa parte dos remédios voltou ao normal na Farmácia Especial de Curitiba. Alguns pacientes, porém, ainda encontram dificuldades. Duas drogas de combate ao Mal de Parkinson continuam em falta, assim como a Alenia, para problemas respiratórios. Mas o governo voltou a fornecer o último medicamento que faltava para pacientes de mucoviscidose.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou ontem que a sessão pública do Pregão Eletrônico número 14/2007, prevista para 14 de maio, foi transferida para 1.º de junho devido a "problemas de conexão do sistema eletrônico que gerencia o funcionamento dos pregões." Segundo a Sesa, a partir do prazo do novo leilão, os medicamentos deverão estar disponíveis em 15 dias.

O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná só tem estoque de Glivec, um remédio importante para o tratamento da leucemia, para os próximos três dias. A direção da instituição diz que, se não conseguir uma autorização do Ministério da Saúde até a próxima quinta-feira para realizar uma nova compra do medicamento, terá de interromper o fornecimento para 117 pacientes. O diretor-geral do HC, Giovani Loddo, vai hoje a Brasília para negociar uma saída para o impasse.

O problema com o Glivec começou há dois anos, quando a Novartis, fabricante do produto, aumentou o preço do remédio e o Ministério da Saúde continuou repassando o valor antigo, sem reajuste. Segundo Giovani Loddo, isso vem causando um rombo de R$ 56 mil por mês aos cofres do hospital. "Agora, o laboratório anunciou mais um reajuste, de 3,64%, e não temos como continuar com esse buraco", diz Loddo.

O diretor explica que, dentro das atuais circunstâncias, não poderia continuar comprando o medicamento mesmo que quisesse. "O contrato para fornecimento acabou neste mês e sem ter uma garantia do governo federal sobre o pagamento estou legalmente impedido de fazer uma renovação", explica ele.

O Ministério da Saúde, por sua vez, diz que está negociando com o laboratório. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o laboratório não negociou o novo preço com o governo e nem mesmo informou sobre o valor que passaria a ser cobrado. Por isso, agora a idéia é tentar um acordo que viabilize a manutenção do tratamento.

O Hospital de Clínicas trabalha com o Glivec há seis anos, desde que o produto ainda estava em fase de testes. Atualmente, 117 pessoas recebem tratamento com o remédio no hospital. Além de ser importante no tratamento da leucemia mielóide crônica, o medicamento também vem sendo usado no combate a tumores sólidos. Em Curitiba, além do HC, apenas o Erasto Gaertner fornece o produto – e o hospital também vem encontrando o mesmo tipo de dificuldade para atender os seus 24 pacientes.

Desde março deste ano, o HC não vem mais aceitando qualquer paciente novo que dependa do Glivec. "Normalmente, recebemos três pacientes novos a cada mês. Mas, se continuássemos aceitando mais pessoas, a dívida certamente passaria de R$ 1 milhão por ano", diz Loddo, lembrando que por lei os hospitais públicos são impedidos de gastar mais do que têm de receita.

O Glivec não é o único caso em que o hospital é obrigado a gastar mais do que recebe do governo federal. As gestações de alto risco também trazem um rombo de R$ 50 mil ao ano para o HC e as UTIs, mais R$ 1,7 milhão anuais. O serviço de urgência e emergência custa sozinho R$ 3 milhões por ano a mais do que o hospital recebe. "Atualmente, nossos gastos ultrapassam a receita em R$ 8 milhões por ano. Isso é igual a 10% do nosso orçamento", afirma Loddo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]