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Almirante Tamandaré

Hospital volta a funcionar, mas sem atender pelo SUS

Posto 24 horas fechado: população continua sem atendimento pelo SUS | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Posto 24 horas fechado: população continua sem atendimento pelo SUS (Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo)

Desde a última terça-feira, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Almirante Tamandaré, voltou a funcionar parcialmente, mas o posto de saúde 24 horas anexo continua sem operar. Atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ainda precisam ser feitos em Curitiba. Em caso de comprovação da necessidade, pacientes podem ser internados no hospital por meio de autorizações de internamento hospitalar. De um total de 45 leitos, 11 estão ocupados depois da reabertura.

A estudante Vanessa Cristina, de 16 anos, está com o braço inchado, dolorido e enfaixado. Até o momento, nenhum médico diagnosticou o problema. "A cada 15 dias, eu me consultava no posto 24 horas", diz. "Agora, preciso ir a Curitiba para fazer a consulta. E pegar o ônibus com o braço enfaixado é desconfortável". Sua prima Cecília, 3, precisou de atendimento pediátrico na noite de quinta-feira e foi obrigada a pagar R$ 30. "As consultas particulares e convênios de algumas empresas são realizadas", diz Mara Guimarães Gonçalves, atual procuradora do estabelecimento.

Segundo Mara, a estrutura do posto 24 horas foi montada em uma sala para atender as ocorrências. No entanto, enquanto o convênio com a prefeitura não for restabelecido, não se pode atender pelo SUS. Hospitais devem estar preparados para emergências (prazo de atendimento de até 20 minutos) e urgências (até duas horas). "Este é o único hospital da cidade. Caso alguém chegue aqui em estado de necessidade, vamos atender", promete.

Origem do problema

Em 17 de dezembro do ano passado, os estabelecimentos foram fechados sob acusação de desvio de verbas e medicamentos. Os sócios responsáveis pela empresa administradora do hospital – Cláudio Camilo e Sueli Maria da Cruz – foram presos, além de um assessor do prefeito Vilson Goinski (PMDB), Sandro miguel Mendes. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o repasse da prefeitura para o hospital subiu R$ 140 mil em menos de dois anos. Em janeiro de 2007, quando a Camilo, Cruz & Cia. Ltda. assumiu a direção, a verba destinada era de R$ 100 mil. Em 2008, o valor foi de R$ 240 mil.

Mara explica que o aumento se deve à proporção de atendimentos. De acordo com a procuradora, no início da gestão, o hospital contabilizava 6 mil atendimentos. Em 2008, a média de atendimentos foi superior a 9 mil. "Temos todos os documentos para comprovar, mas o Gaeco apreendeu na operação. Estamos abertos a uma auditoria para esclarecimentos", afirma.

O advogado de Camilo e Sueli Maria, Haroldo César Náter, diz que ambos continuam presos. Segundo Náter, com base na denúncia formulada, mesmo que sejam condenados, eles cumprirão a sentença em regime aberto. "A sanção provisória é mais rigorosa do que em caso de uma definitiva. Não há proporção entre a intensidade do delito e a prisão cautelar", critica.

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