O Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Londrina, Norte do estado, realizou na última quinta-feira (4) o primeiro procedimento com células-tronco dentro do estudo de terapia celular em cardiopatia desenvolvido na unidade. A cirurgia foi feita em uma mulher de 52 anos que apresentava um quadro de insuficiência cardíaca decorrente da doença de Chagas.
No período de um ano, ela irá submeter-se a exames semestrais para verificar os resultados obtidos com a cirurgia. A expectativa é que até o final do estudo ocorra um fortalecimento de até 5% do músculo cardíaco. O coração da paciente operada no HU estava comprometido pela doença de Chagas e o procedimento foi feito com o objetivo de se evitar o transplante.
Conforme matéria publicada neste sábado, no Jornal de Londrina, o procedimento consiste em retirar entre 50 e 100 mililitros de células da medula óssea (autólogas) do paciente, tratá-las e injetá-las nas coronárias por meio de cateterismo cardíaco. "As células-tronco propiciam o aumento da vascularização do local onde foram injetadas e estudos em animais já comprovaram que essas células se transformam em células cardíacas", salientou Divina Seila de Oliveira Marques, coordenadora do HU nas pesquisas de células-tronco na modalidade de Cardiologia Chagásica.
Além da paciente operada no HU, nos últimos dias outras 299 pessoas de várias partes do País e que sofrem de problemas cardíacos causados pela doença de Chagas passaram pelo mesmo procedimento em 14 centros especializados na doença em atividade no país.
O estudo é coordenado pelo Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras, localizado no Rio de Janeiro (RJ), e o investimento é de R$ 13 milhões a serem divididos entre 1,2 mil pacientes.



