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Patrimônio

Igreja da Ordem de Paranaguá volta a receber fiéis

A Igreja de São Francisco das Chagas foi construída entre 1740 e 1750, em estilo barroco. Deixou de ter atividades religiosas em 1958 | Felipe Lessa/Gazeta do Povo
A Igreja de São Francisco das Chagas foi construída entre 1740 e 1750, em estilo barroco. Deixou de ter atividades religiosas em 1958 (Foto: Felipe Lessa/Gazeta do Povo)

Paranaguá - Construída entre 1740 e 1750, a Igreja de São Francisco das Chagas, no centro histórico de Paranaguá, é uma das mais antigas do estado. Foi ampliada posteriormente, cerca de sete décadas depois de sua construção. Anos depois, ganhou torres. Tombada como patrimônio histórico nacional em 1967, sua arquitetura carrega o estilo barroco e havia deixado de abrigar atividades religiosas em 1958 – apenas na quarta-feira, voltou oficialmente a pertencer à Mitra Diocesana e a celebrar cultos.

"A tutela e os custos do ambiente eram financiados por pessoas da nobreza parnanguara. No caso, a Irmandade da Ordem 3ª de São Francisco das Chagas. Porém, como a sociedade deixou de existir, não havia recursos para manter a igreja", conta Florindo Wistuba Júnior, professor de história do Paraná e vice-diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar).

Atingido por um incêndio, em 61, por pouco o templo não foi demolido. Devido ao incidente, que na época deixou o prédio em ruínas, a igreja passou por um período de reformas, comandado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na década de 80, passou a ser de responsabilidade da prefeitura de Paranaguá. Em 1991, ela, que também é conhecida por Igreja da Ordem, passou a receber peças teatrais, exposições culturais e artísticas. "Mesmo assim, este aconchegante local nunca deixou de ser a igreja dos turistas. Muitos, ao desembarcar no trapiche, retornando da Ilha do Mel, avistam o templo e ficam impressionados", conta o padre André Luís Buchmann, nomeado reitor da Igreja de São Francisco das Chagas.

Na parte interna da construção de pedra, uma obra simples e sem ricas decorações. "A riqueza está em suas raízes. Não apenas de pessoas que se casaram ou até mesmo fizeram sua primeira comunhão aqui, mas também de toda a sociedade parnanguara que se orgulha deste patrimônio", diz.

Buchmann afirma que o local ainda vai precisar de reformas e modificações. "Os bancos são de plástico, emprestados pela prefeitura. Na torre, onde existe capacidade para quatro sinos, temos apenas dois. Já o coro, no alto da parte interna do templo, não pode ser usado. Se 10 pessoas subirem até lá, pode haver até um desmoronamento. Precisamos de apoio para reverter a situação", explica.

Cemitério

Como na segunda metade do século 19 Paranaguá ainda não contava com cemitérios, os terrenos das igrejas eram utilizados para sepultar corpos, explica Wistuba, que também é Membro do Instituto de História e Geografia do Paraná. "Até hoje, ainda existem ossadas por lá. Quanto mais importante fosse a pessoa, mais próxima do altar seria ela enterrada", explica.

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