Índio caingangue morre e outros seis ficam feridos em conflito em Ortigueira

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Um índio caingangue morreu e outros seis ficaram feridos em um conflito ocorrido na noite de terça-feira (4) na reserva indígena Queimadas, em Ortigueira, nos Campos Gerais do Paraná. A comunidade tem cerca de 500 moradores e se localiza às margens da BR-376. Quando a polícia foi acionada, por volta das 23 horas, a situação ainda era instável e os índios feridos precisaram ser protegidos durante a briga.

Segundo informações preliminares da delegacia de Polícia Civil de Ortigueira, que está investigando o caso, alguns índios começaram uma discussão porque a atual liderança da comunidade estaria impedindo a escolha de um novo cacique para a reserva. "Um grupo da liderança e outro rival teriam se enfrentado por esse motivo. Foram usados porretes, facas e até mesmo armas de fogo", conta o delegado Ary Nunes Pereira.

Ele afirma que, durante o tumulto, um tiro atingiu, de raspão, a face do atual cacique, Márcio Verag Pires. "A informação que nós temos é de que ele teria revidado disparando seis tiros. O pai dele, identificado como Ari Pires [idade não confirmada] acabou morrendo na confusão e o corpo foi levado para o IML de Ponta Grossa", relata o delegado. Os seis feridos foram levados para hospitais da região. Pereira afirma que não houve prisões.

"Normalmente questões envolvendo comunidades indígenas são de competência da Polícia Federal mas, como a situação foi grave, não podíamos deixar de intervir e vamos investigar o ocorrido", salienta. O delegado ainda afirmou que apenas uma arma de fogo foi apreendida, mas não se sabe se realmente foi utilizada na confusão.

Por telefone, um morador da comunidade informou que uma nova liderança já foi escolhida. No entanto, a coordenação técnica da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Guarapuava (Região Central), que está acompanhando o caso, afirma que essa informação ainda precisa ser melhor apurada. "Temos essa informação preliminar de que a discussão se deu por questões de liderança. Vamos tentar conseguir dados mais consistentes ao longo dos próximos dias", afirma Maicon Moura, coordenador da Funai de Guarapuava.