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A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, criticou o uso das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para montar listas das melhores e piores escolas do país. Para ela, o ranking não é o critério mais adequado para avaliar o desempenho das escolas, dos alunos e professores.

Neste ano, o Inep mudou o formato de divulgação dos resultados e passou a levar em consideração o porcentual de estudantes de cada escola que participaram do exame. A ideia é evitar comparações entre as unidades de ensino, principalmente entre escolas privadas e públicas. A maioria dos veículos de comunicação noticiou o melhor desempenho das particulares em relação às públicas.

"A elaboração de rankings e a utilização de adjetivos para qualificar as escolas não demonstram o devido reconhecimento ao empenho de milhões de estudantes, profissionais da educação, parentes e demais setores da sociedade na busca de uma escola de qualidade para todos", disse Malvina, conforme a Agência Brasil.

Difícil compreensão

A maioria dos especialistas que acompanharam o discurso de Malvina, em Brasília, se posicionou contra o ranking das escolas. Porém, alertaram que o formato de divulgação das notas não é didático, é de difícil compreensão para a imprensa, professores, coordenadores pedagógicos e secretarias estaduais de ensino, o que estimula a elaboração das listas dos melhores e piores.

"A imprensa faz ranking porque não demos outra coisa para ela. A gente está produzindo números que têm sido pouco interpretados", disse José Francisco Soares, do grupo de avaliação de medidas educacionais da Uni­­versidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Malvina rebateu a opinião e disse que as notas podem ser analisadas por pesquisadores de qualquer organismo da sociedade civil. "Todos nós estamos habituados a que o outro faça [a pesquisa]. Os dados estão aí. Onde estão nossas universidades para trabalhar junto [conosco] esses dados? Onde estão nossos pesquisadores para trabalhar com o Inep?", provocou.

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