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Exigência

Inep decide se anula o Enem até 2.a feira

Ministério Público do Ceará deu prazo ao órgão para decidir sobre anulação total ou parcial do exame devido ao vazamento de questões

Estudantes cearenses, menos os da escola que teve acesso às questões do Enem, pediram ontem a suspensão da prova | Jarbas Oliveiras/Folhapress
Estudantes cearenses, menos os da escola que teve acesso às questões do Enem, pediram ontem a suspensão da prova (Foto: Jarbas Oliveiras/Folhapress)

O Instituto de Estudos e Pes­­quisas Educacionais (Inep) tem até as 13h45min de segunda-feira, 31, para se manifestar sobre o pedido de anulação total ou parcial das provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) feito na quinta-feira pelo Ministério Público do Ceará. O prazo foi dado ontem pelo juiz da 1.ª Vara da Justiça Federal do Ceará, Luís Praxedes Vieira da Silva. De acordo com ele, o prazo está sendo contado minuto a minuto desde que a intimação foi entregue, ou seja, às 13h45 de ontem. O Inep havia pedido a concessão de prazo de dez dias para manifestação, "tendo em vista a complexidade do assunto". Mas o juiz negou.Com ou sem manifestação por parte do governo, terminado o tempo estabelecido, Vieira da Silva garantiu que dará sua posição com relação ao pedido feito pelo procurador da República, Oscar Costa Filho, por meio de uma ação civil pública. Nela, Oscar Costa Filho pede a anulação total das provas do exame. Mas também aponta uma segunda opção que seria a anulação apenas das 13 questões que teriam vazado para alunos do Colégio Christus, de Fortaleza.

Ao contrário do que o Ministério da Educação anunciou, que fará uma nova aplicação das provas somente para alunos do colégio cearense, Oscar Costa Filho disse que o ideal seria a anulação total ou parcial do Enem no país inteiro. "O concurso é nacional, a quebra da igualdade foi para todos. Vão fazer exame de DNA para saber quem teve ou não acesso às questões vazadas?", ironiza o procurador.

Segundo ele, obrigar apenas os alunos do Christus a refazer o Enem é puni-los antecipadamente por algo que ainda está sendo investigado. "É preciso corrigir no plano onde houve a contaminação. Do contrário, estão apenas elegendo bodes expiatórios", disse Costa Filho. Hoje, em Fortaleza, um grupo de estudantes fez uma manifestação de apoio ao procurador. Eles pediram que o Enem não sirva mais como critério de ingresso em algumas universidades públicas por conta dos incidentes registrados nos últimos anos.

A Defensoria Pública da União também enviou ontem recomendação ao Inep para que sejam anulados os itens comprometidos para todos os estudantes ou para que o concurso seja cancelado de forma integral.

"ENEMganados"

Com roupas pretas e narizes de palhaço, cerca de 300 estudantes iniciaram, na tarde de ontem, um protesto pelas ruas de Fortaleza contra a decisão do Ministério da Educação de suspender a prova de alunos do Colégio Christus, que tiveram acesso antecipado a questões do Enem.

Na manifestação dos "ENEM­­ganados", não havia alunos do colégio. Os participantes eram de outras escolas e diziam que outras pessoas tiveram acesso às mesmas questões. Por isso, eles pedem a suspensão do Enem ou a anulação das 14 questões identificadas pelo MEC como idênticas às do exame aplicado no último fim de semana.

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