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Fraude em vestibular

Instituição de Maringá foi alvo de quadrilha

Grupo com 46 pessoas vendia vagas em vestibulares de Medicina e teria agido no Centro Universitário de Maringá, o Cesumar

Cesumar: instituição particular fez seu primeiro vestibular para Medicina em janeiro | Ivan Amorim/Gazeta do Povo
Cesumar: instituição particular fez seu primeiro vestibular para Medicina em janeiro (Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo)

O Centro Universitário de Maringá (Cesumar) está na lista divulgada ontem pela Polícia Federal (PF) com as 40 instituições de ensino do país que foram alvo de um grupo de 51 pessoas que fraudavam vestibulares de Medicina. Os envolvidos foram presos na quarta-feira.

O grupo, composto por sete quadrilhas, aplicou golpes em vestibulares entre 2010 e 2012. Alguns envolvidos, no entanto, atuavam havia mais de dez anos. Segundo a PF, as fraudes custavam até R$ 80 mil e os lucros atingiam R$ 500 mil por vestibular.

O delegado Leonardo Damasceno, chefe do Núcleo de Inteligência do Espírito Santo, deixou claro que as instituições de ensino não participaram das fraudes e auxiliaram na investigação da polícia. Além do Cesumar, PUC-Pelotas (RS), PUC-Campinas (SP), Anhembi Morumbi (SP) e Estácio de Sá (RJ) também estão entre as 40 faculdades e universidades envolvidas.

Após 18 meses de apuração, a operação da PF, intitulada de Calouro, buscava cumprir 70 mandados de prisão e 73 mandados de busca e apreensão em dez estados e no Distrito Federal: Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins, Rio Grande do Sul, Acre, Mato Grosso e Piauí.

A PF informará às instituições de ensino os identificados e caberá a elas adotarem providências, como expulsá-los, por exemplo. Para médicos já formados, será preciso comunicar outros órgãos, como o Ministério da Educação.

Resposta

O Cesumar afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a única tentativa de irregularidade detectada pela instituição ocorreu em janeiro deste ano. "A instituição preza pela ética, transparência e segurança em todas as suas ações e sempre mantém ativo um grupo de seguranças e fiscais para assegurar a lisura dos vestibulares", declarou em nota.

Durante o primeiro vestibular de Medicina do Cesumar, no fim de janeiro, 11 pessoas foram presas suspeitas de tentar fraudar o concurso. Os envolvidos, no entanto, acabaram liberados após o pagamento de fiança.

A Polícia Civil de Maringá, na época, conseguiu confirmar o caso porque os celulares apreendidos com os 11 candidatos acusados de fraude receberam o gabarito completo da prova, por mensagem de texto, por volta das 17h30 de 29 de janeiro, data da aplicação do vestibular.

Na mensagem de texto que continha o gabarito, existiam códigos. "Uma das candidatas explicou os códigos. Ela disse que cada número significava uma letra", revelou, à época, o delegado da Polícia Civil Leandro Roque Munin.

Alguns dos 11 envolvidos revelaram à polícia que pagariam R$ 10 mil pelo gabarito, outros disseram que o valor seria de R$ 30 mil. Segundo delegado, o pagamento só seria feito em caso de aprovação no vestibular.

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