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Uma invasão, com cerca de 100 famílias, iniciada durante o feriadão prolongado de Nossa Senhora da Aparecida, pode pôr em risco o maior projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Paraná, localizado no Guarituba, em Piraquara, região metropolitana de Curitiba (RMC). Se a ocupação irregular de terrenos particulares, que juntos medem 2 hectares, iniciada na última sexta-feira, não for contida, pode colocar em risco o projeto de reurbanização do Guarituba, onde vivem 55 mil pessoas – 70% sem o título de posse dos terrenos. O projeto do PAC, promovido pelo governo federal, pretende regularizar a situação de quase 9 mil famílias no local.

O secretário do meio ambiente de Piraquara, Gilmar Clavisso, ressalta que a área invadida está proibida de ser ocupada por legislação ambiental. Ele explica que solicitou às famílias que saíssem do local, bem como pediu auxílio da Polícia Militar e do governo do estado. "A área é insalubre. Funciona como uma esponja e está sujeita a enchentes. Sem contar que a turfa, presente no solo, pode provocar queimadas em épocas de seca", diz. Hoje pela manhã será realizada uma reunião entre os moradores, representantes da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e representantes da prefeitura de Piraquara. "Vamos tentar negociar, verificar quais famílias possuem necessidade de moradia mesmo e se é possível que elas sejam beneficiadas com os obras do PAC. Essa e outras ocupações de vazios urbanos que existem no Guarituba podem atrapalhar a reurbanização do bairro e por em risco a segurança das pessoas que ocupam estes locais", afirma Clavisso.

O Guarituba é uma área reservada à preservação ambiental que começou a ser ocupada no fim dos anos 90. A área foi dividida em duas zonas. Uma de adensamento urbano, passível de regularização, onde estão as obras do PAC, que beneficiarão 8.090 famílias. A outra área é de restrição ambiental, onde a ocupação é proibida por lei e combatida. As 800 famílias que já moravam nessa área em 2007 vão ganhar novas casas em outros locais. A invasão ocorrida neste feriado está localizada nesta área de restrição ambiental.Invasão organizada

Quem chega na área invadida tem a esperança da casa própria, com documentação regularizada. A reportagem da Gazeta do Povo esteve neste domingo na região, perto do horário do almoço, onde cerca de 50 pessoas faziam fila para preencher um cadastro feito pela Associação de Proteção e Desenvolvimento dos Moradores (Apodem). De acordo com as pessoas que estavam no local, a promessa é de que os lotes serão liberados e regularizados. Após o cadastro, as famílias já podem ocupar os lotes, que estão devidamente demarcados.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar e não recebeu retorno até o fechamento desta edição. A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) foi contactada por meio da assessoria de imprensa do governo do estado, mas nenhum de seus representantes foi encontrado para dar entrevista sobre o assunto.

Mais informações na Gazeta do Povo Impressa

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