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Abuso sexual

Investigação mostra que Marcos Colli "presenteava" crianças por sexo

Ex-assessor da Câmara de Londrina é acusado de pedofilia. Mãe de três supostas vítimas relata como ele aliciava meninas

Muitas vítimas que acusam Colli de estrupo moram no Novo Perobal | Gilberto Abelha/JL
Muitas vítimas que acusam Colli de estrupo moram no Novo Perobal (Foto: Gilberto Abelha/JL)

No Jardim Novo Perobal, bairro da zona sul de Londrina, o advogado, ex-presidente do PV na cidade e ex-assessor da Câmara Municipal, Marcos Colli, é uma figura conhecida pela proximidade que tem com meninas com menos de 15 anos. É o que diz a mãe de três das vítimas de abusos sexuais, dos quais ele é acusado – três irmãs, a mais nova com 6 anos de idade. O político está preso desde segunda-feira, suspeito de praticar estupro de vulnerável. O JL foi ontem ao bairro para procurar os rastros deixados pelo réu na ação que tramita na 6ª Vara Criminal. Os nomes são preservados para evitar a exposição das vítimas.

A senhora, que segura um bebê no colo na calçada em frente à sua casa, diz que conheceu Colli durante uma eleição, cujo ano não lembra. Ela trabalhou como cabo eleitoral para o ex-presidente do PV, que foi candidato a prefeito em 2008 e no ano passado disputou uma cadeira na Câmara Municipal. Ficou com a primeira suplência, com 875 votos. Depois da campanha, a senhora viu Colli passar a frequentar eventualmente a sua casa. Nas poucas visitas que fazia, ela estranhava o comportamento. "Eu achava estranho que ele sentava no sofá e pedia para a menina sentar no colo. Ficava fazendo carinho, dando beijo na bochecha", revela a mãe.

Em outra oportunidade, ela conta que ia para uma festa no Jardim Piza, zona sul, quando Colli passou de carro em frente a um local onde estavam várias meninas. Elas chamaram o político pelo nome e algumas reclamaram de promessa não cumprida de passeios. Os passeios com o ex-assessor também são conhecidos no bairro. A mãe conta que inclusive suas filhas "passeavam" no shopping, ganhavam lanches e presentes por fazerem sexo com Colli. Pelos relatos, elas iam, inclusive, no escritório e numa casa do ex-presidente do PV. Uma das filhas dessa senhora passou a sair várias vezes durante a semana, por volta das 22 horas e voltava depois da meia noite. Dizia que ia à casa de uma amiga e sempre trazia um presente, que também seria para "pagar" pelo ato sexual – até um celular disse ter ganhado de Colli. Para evitar levantar desconfiança, a mulher relata que o político não encontrava a menina na porta da casa dela. A criança tinha que subir até uma rua central do bairro, onde esperava Colli passar de carro.

Os supostos crimes passaram a ser investigados no fim do ano passado, quando mães denunciaram. Uma delas disse que ouviu o alerta de uma vizinha para que não deixasse suas filhas se aproximarem do político: "Se eu fosse você, não deixaria as meninas andar com ele. Ele é safado", foi o recado.

Outra mãe, temendo eventuais represálias ou ameaças, evita dar qualquer detalhe. "Quem conhece ele tem que abrir bem os olhos, ele não é o que aparenta", conta. A mulher, que também trabalhou para Colli, disse que ele passava confiança por ser "advogado e porque foi candidato a prefeito". De acordo com a legislação brasileira, ameaçar vítimas ou testemunhas é um dos motivos para justificar a prisão preventiva de um investigado.

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