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 | Liudi Hara /Arquivo/Gazeta do Povo
| Foto: Liudi Hara /Arquivo/Gazeta do Povo

O ex-jogador de futebol Edílson da Silva Ferreira, o “Capetinha”, prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal de Goiânia (GO) na tarde desta segunda-feira (14).

Investigado por suspeita de participação num esquema de falsificação de bilhetes de loteria, o ex-atleta depôs por aproximadamente três horas.

De acordo com o advogado de Edílson, Thiago Phileto, os investigadores recomendaram a ele que não saia do país sem comunicar à Polícia Federal.

Ainda segundo Phileto, seu cliente apresentou documentos, como extratos bancários, para tentar mostrar aos policiais que não foi beneficiado financeiramente e que jamais participou do esquema.

O advogado confirmou à reportagem, porém, que Edílson manteve contatos telefônicos com um dos integrantes da quadrilha, desarticulada pela PF na semana passada.

“Foram apenas dois telefonemas, em que esse sujeito ofereceu serviços de assessoria jurídica e de imprensa ao Edílson, mas ele não aceitou. Ele esclareceu isso no depoimento”, afirmou Phileto.

“Como ele disse aos policiais, como pessoa pública, ele é frequentemente procurador por diferentes tipos de gente”, acrescentou o advogado.

Desventura

A Polícia Federal deflagrou na quinta (10) a Operação Desventura para combater uma organização criminosa especializada em falsificar bilhetes de loteria premiados. Em um ano de investigação, a PF identificou prejuízos de ao menos R$ 60 milhões.

O esquema contava com a participação de clientes e gerentes da Caixa Econômica Federal, banco alvo da quadrilha. Os criminosos mapeavam quais premiações não foram pagas aos verdadeiros ganhadores, que não foram sacá-los.

Esses valores, não retirados, abastecem o Fies (Fundo Investimento Estudantil). Só no ano passado, ganhadores de loterias deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Timemania.

Correntistas que mantinham grandes quantias no banco cooptavam os gerentes para convencê-los a participar do golpe. Edílson é suspeito de ser um desses clientes. De acordo com a PF, os gerentes tinham que liberar o dinheiro dos prêmios a pessoas indicadas pela quadrilha, que apresentavam o bilhete premiado falso.

Campeão mundial

O atacante Edílson “Capetinha” jogou em clubes como Flamengo, Palmeiras e Corinthians, por onde foi campeão mundial em 2000. Ele também estava no elenco da seleção brasileira pentacampeã mundial, em 2002, na Copa da Coreia e do Japão. O atacante está aposentado desde 2010.

O ex-jogador foi preso no ano passado por não pagamento de pensão alimentícia. Pagou o que devia e acabou sendo solto dias depois.

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