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Curitiba

Irmãos são acusados de rede de prostituição de travestis no Centro

De acordo com a polícia, eles aliciavam as travestis e obrigavam-nas a se prostituir. Irmãos são acusados de cobrar comissões e “pedágios” das vítimas

Dois irmãos foram presos, nesta quarta-feira (25), acusados de comandar uma rede de prostituição de homossexual que atuava Centro de Curitiba. De acordo com a polícia, eles mantinham pelo menos quatro pontos, para onde travestis eram trazidos de outros estados e obrigados a se prostituir. O esquema incluía a cobrança de comissões e "pedágios" das travestis.

Foram detidos Kemps Vieira Guerra, de 22 anos, e Kelso Vieira Guerra, de 21, que tinham mandado de prisão expedido pela Justiça. De acordo com a polícia, eles eram responsáveis por quatro apartamentos (um na Rua João Negrão e três, na Monsenhor Celso), onde mantinham as travestis. Com eles, foram encontrados equipamentos eletrônicos, jóias e R$ 3 mil em dinheiro.

"Parte das investigações vai se concentrar no sentido de descobrir a origem deste dinheiro", disse o superintendente do 1º Distrito Policial, Adolfo Rosevics. "Há suspeitas de que eles tenham envolvimento em alguns homicídios, mas isto ainda será apurado", complementou.

Agressões e comissões

Há estimativas de que, em cada imóvel, a dupla abrigava entre 20 e 30 vítimas. Elas relataram à polícia que eram coagidas a se prostituir, tinham que pegar diárias pelos quartos e que os irmãos chegavam a cobrar uma espécie de pedágio pelos principais pontos de prostituição.

Na tarde desta quarta, a polícia ouviu cerca de 40 pessoas que se apresentaram como vítimas da dupla. Dentre os relatos, estão agressões e coerções. Uma das vítimas é a cabeleireira e travesti Marcela Aguiar, de 23 anos, que apesar de ressaltar que não faz programas, também já foi coagida pelos irmãos. "Uma noite em que eu passava pela rua, eles quiseram me cobrar R$ 30 de pedágio", disse.

De acordo com Marcela, eles agrediam as travestis que se recusavam a pagar comissão e também praticavam outros tipos de agressões, como cortar os cabelos e rasgar as roupas das vítimas. "Já vi muitas ‘meninas’ saindo praticamente nuas", contou.

Pensionato

Kemps Guerra negou que cobre comissões das travestis, embora reconheça que elas façam programas. O rapaz alega que apenas aluga quartos para elas, como em uma espécie de pensionato. "Elas que me procuram e eu as ajudo. Nos meus apartamentos ninguém faz programa. Elas fazem fora", disse.

Em relação ao dinheiro, ele disse que usaria o valor para pagar uma prestação de um automóvel Golf, recém-adquirido. O rapaz também negou que tenha agredido as travestis.

De acordo com Rosevics, os irmãos serão indiciados por rufianismo (tirar proveito financeiro de prostituição alheia), com o agravante de forçar as vítimas a se prostituir, mediante grave ameaça.

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