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Isopor também entra na lista dos recicláveis

Maioria dos brasileiros não sabe como descartar o poliestireno, plástico que pode ser 100% reaproveitado e utilizado em outros produtos

Na máquina instalada em Campo Largo são recicladas 300 toneladas por mês, quantidade suficiente para poupar 5 mil árvores | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Na máquina instalada em Campo Largo são recicladas 300 toneladas por mês, quantidade suficiente para poupar 5 mil árvores (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

O poliestireno, mais conhecido co­­mo isopor, é totalmente reciclável, mas apenas 7% dos brasileiros sa­­bem disso, segundo pesquisa realiza­­da pela empresa de embalagens Meiwa, de São Paulo. Em Curitiba, já é possível reciclar o isopor – uma máquina trazida por meio de uma parceria entre a Mei­wa, a Santa Luzia Molduras (em­­presa de Santa Catarina responsável pela máquina), o Sin­dicato dos Estabe­leci­mentos Parti­culares de En­­sino do Paraná (Sine­pe-PR) e o Instituto Pró-Cidadania de Curitiba (IPCC) funciona há pouco mais de cinco meses na usina de reciclagem de Campo Magro, na região metropolitana.

Isso significa que, ao contrário do que muitos pensam, o isopor pode e deve ser descarta­­do com outros resíduos sólidos como papéis, vidros, metais e plásticos. "O isopor na verdade é um plástico, e por isso é 100% reaproveitado", explica o gerente de desenvolvimento e mercado da Meiwa, Ivam Mi­­chalt­chuk.

A máquina recicla cerca de 300 toneladas por mês, quantidade que ajuda a salvar cerca de 5 mil árvores. "A matéria-prima substitui a madeira ao ser usada para fazer molduras para quadros, sancas, rodapés, réguas e brinquedos", diz Michaltchuk. O material reciclado também é usado como insumo para concreto leve e solado plástico para calçados. Só não pode ser reaproveitado para embalar alimentos.

Conscientização

Segundo o gerente da Meiwa, a destinação correta do poliestireno sempre foi uma preocupação da empresa e, por isso, ela se envolveu com diversos projetos educacionais, entre eles o Planeta Reciclável, desenvolvido pelo Sinepe-PR no ano passado para conscientizar professores e estudantes do estado para questões ligadas ao meio ambiente e à sustentabilidade. "Queríamos trabalhar a importância da reciclagem nas escolas e este era um bom caminho. Neste ano, algumas escolas da cidade vão elaborar projetos nessa área. Pla­nejamos também promover uma feira com produtos pedagógicos feitos de isopor reciclável", conta o presidente do Sinepe-PR, Ademar Batista Pereira. Em Curitiba, cerca de 200 famílias já trabalham com a reciclagem de isopor na usina de Campo Magro. Eles vendem o ma­­terial por quilo para a Santa Luzia, que faz a reciclagem.

Uma segunda máquina de reciclagem de isopor foi instalada no presídio de Piraquara, na região metropolitana. A iniciativa faz parte do Projeto Revima – Re­­valo­rizando Vidas e o Meio Ambiente. Por mês, os presos processam cerca de 4,5 toneladas de isopor, que vem da embalagem de suas refeições.

Dificuldade

Além de Curitiba e São Paulo, existem poucas cidades no país que reciclam o isopor. Mi­­chaltchuk explica que a maior dificuldade encontrada para reciclar este material está no transporte, devido a sua baixa densidade. "É um material leve, mas que ocupa muito espaço, por conter gás pentano em sua composição. A máquina recicladora que existe na usina serve justamente para retirar o gás e compactar estes resíduos."

Segundo dados da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, em 2008 foram produzidos no Brasil cerca de 82,9 mil toneladas de poliestireno, sendo que apenas 7 mil toneladas – 8,4% – foram reciclados.

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