
Foz do Iguaçu - Sem registro de acidentes na sua história, a equipe de Segurança Empresarial da Usina Hidrelétrica de Itaipu passou por um susto na última semana. Arriscando a vida, o proprietário de um jet ski chegou perto demais da barragem, colocando as forças de segurança em alerta. Com o verão, o número de embarcações no Lago de Itaipu triplicou e situações como a do jet ski não são mais raridade. Para evitar surpresas nessa temporada, a Delegacia Especial de Polícia Marítima, a Marinha, a Força Verde e a Itaipu Binacional estão alertando os proprietários de barcos, lanchas, jet skis e clubes náuticos da região sobre riscos da navegação perto da usina, principalmente agora, com o reservatório aberto.
De acordo com o manual de normas e procedimentos da Capitania Fluvial do Rio Paraná, o vertedouro local em que a água do reservatório é escoada representa um grande perigo aos navegantes, já que a força da correnteza pode arrastar embarcações e pessoas para as comportas. Para aumentar a segurança dos navegantes, existe a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário, que estabelece uma distância mínima de 1 quilômetro entre a barragem e as embarcações. Na Itaipu Binacional, esse limite de segurança é sinalizado com boias coloridas presas em cabos de aço fixados nas margens.
Segundo o capitão de fragata Ricardo Dondeo, comandante da Capitania Fluvial do Rio Paraná, quem desrespeitar a lei pode ser multado e ter a sua embarcação apreendida. "Nenhuma embarcação foi apreendida até o momento. Estamos apenas alertando, por enquanto", diz. As regras valem para todos os reservatórios do país.
Estratégia de segurança
O último acidente no Paraná envolvendo uma embarcação e uma barragem aconteceu há três anos na Usina Hidrelétrica de Salto Santiago, em Saudade do Iguaçu (no Centro-Sul do estado). Naquele acidente, em que morreram duas pessoas, a culpa não foi da negligência do piloto, mas do motor que falhou.
Alexandre Cardoso, gerente do Departamento de Operação de Segurança, explica que os acidentes também são motivados por falhas. Para evitá-los, a Itaipu Binacional conta com um posto de observação na barragem e um radar, que detecta qualquer embarcação num raio de quilômetros. "O ideal é que a pessoa não navegue próximo à barragem, mas caso o motor falhe e a embarcação se aproxime, poderemos evitar o acidente", afirma.
Além de todos os equipamentos de segurança, explica Cardoso, existe um posto da Marinha e outro da Polícia Federal em cada extremidade da barragem. "Os dois órgãos nos ajudam na prevenção de acidentes", acrescenta.



