Ibiúna, SP O empresário Deomar Setti, dono do haras onde o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, 69 anos, matou a ex-namorada Sandra Gomide em 2000, disse ontem, após depor no Tribunal do Júri de Ibiúna, que o acusado premeditou o crime. Segundo ele, no dia do assassinato, Pimenta Neves, que está sendo julgado, chegou no haras às 7 horas da manhã e ficou lá até a tarde, quando cometeu o crime. Ele não costumava chegar tão cedo e ficar tanto tempo no local, de acordo com Setti.
O julgamento de Pimenta Neves, réu confesso da morte da ex-namorada, começou na quarta-feira e foi retomada na manhã de ontem no fórum de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), com o depoimento de testemunhas.
Outra testemunha de acusação ouvida ontem foi Marlei Setti, mulher do dono do haras. Ela disse que Sandra Gomide apareceu com manchas e arranhões no pescoço três meses antes do assassinato. A jornalista contou a ela que eram resultado de uma agressão de Pimenta Neves. Marlei Setti disse que não contou esse detalhe em seu depoimento anterior à Justiça porque não queria se expor. Mas disse que ficou indignada com a demora no julgamento e decidiu revelar o que sabia.
Marlei contou ainda em seu depoimento que ouviu o primeiro disparo que Pimenta Neves fez nas costas de Sandra. Ela correu e quando chegou perto de Pimenta, ele deu o segundo tiro acima do ouvido esquerdo. Ela perguntou ao jornalista o que estava acontecendo e ele, instintivamente, apontou o revólver para Marlei. "Não acredito que ele quisesse me matar. Foi uma reação instintiva", disse ao juiz. Em seguida, contou Marlei Setti, Pimenta Neves dirigiu-se a seu carro e saiu sem pressa do local.



