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Um jovem de 26 anos foi executado com vários disparos no final da noite de quinta-feira (15) dentro de seu próprio carro, no bairro Cristo Rei, em Curitiba. De acordo com a Polícia Civil, Leonardo Camilli estava em um Corsa estacionado na Rua Atílio Bório, próximo da esquina com a Avenida Afonso Camargo, quando foi assassinado, por volta das 23h45.

A namorada de Camilli, uma adolescente de 15 anos, acompanhava o rapaz no veículo, mas não chegou a ser atingida. Em depoimento à polícia, ela contou que ambos estavam estacionados no local, bem em frente à residência da vítima, para aguardar uma encomenda que haviam feito. "Duas pessoas apareceram, dispararam e foram embora", conta o delegado Joel Bino, da Delegacia de Homicídios.

Bino conta que a família do jovem era de classe média. Como nenhum objeto foi roubado, o delegado acredita que o crime estaria relacionado com o tráfico de drogas, embora ainda não haja nomes de suspeitos. "Familiares dele disseram à polícia que ele era usuário de crack", afirma. "Provavelmente ele possuía alguma dívida com um traficante". Os tiros teriam sido dados por suspeitos dentro de um carro vermelho, segundo testemunhas.

"É o diabo, vem o diabo"

Horas antes do assassinato, "Macaco", como Camilli era conhecido no bairro, tentava conseguir dinheiro com amigos. "Ele tentou me vender um relógio que estaria penhorado com um amigo", disse um advogado amigo da vítima, mas que prefere não se identificar. Segundo esse advogado, Camilli estava visivelmente alterado pelo consumo de drogas, que veio se agravando há oito anos.

Minutos antes de ir para o carro onde morreria, Camilli conversou com um porteiro do prédio onde morava. Camilli estava nervoso. "Ele sentava no sofá [do hall de entrada] e se levantava constantemente espiando para fora do prédio. Às vezes falava ‘é o diabo, vem o diabo’", relata o porteiro.

Macaco, que roubava e furtava para sustentar o vício, esperava que uma pessoa que trabalha na Rua Atílio Bório viesse para pagar um laptop e um DVD que ele vendera. Também aguardava o pagamento do aparelho de som da família. "Se for para ser assim, que seja", teria dito Camilli momentos antes de entrar no carro, onde seria executado com três tiros no rosto.

Dívida

Há cerca de dois meses, Camilli atirou contra com um traficante conhecido na região como "Ramon", segundo informação de moradores da região. Camilli fez dois disparos, mas nenhum atingiu Ramon. Logo depois, Ramon tentou invadir o prédio de Macaco com duas pistolas 765. Queria revidar os tiros e cobrar uma dívida de R$ 2 mil, segundo relata uma pessoa que não quis ser identificada. O traficante teria dito que Macaco tinha uma dívida "gigantesca com traficantes da Vila Pinto [Vila Torres, no Prado Velho]".

Ramon morava na mesma quadra de Macaco, mas recentemente se mudou para uma casa nas proximidades.

Os familiares de Camilli não quiseram conversar com a reportagem. Vizinhos disseram que a família estava em estado de choque.

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