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Louise Maeda cursava Comércio Exterior e era supervisora de uma iogurteria | Arquivo familiar
Louise Maeda cursava Comércio Exterior e era supervisora de uma iogurteria| Foto: Arquivo familiar

Cronologia

Acompanhe o desenrolar dos fatos no caso do desaparecimento e morte de Louise Sayuri Maeda:

31 mai – A estudante de Comércio Exterior na Faculdade Uninter é vista pela última vez por volta das 22h45, quando saía do Shopping Mueller, onde trabalhava como supervisora em uma iogurteria.

17 jun – O corpo da universitária, em avançado estado de decomposição, é encontrado em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. O reconhecimento acontece no mesmo dia a partir de exame de confronto de digitais (papiloscópico). O corpo de Louise tem uma marca de tiro na cabeça.

18 jun – Colegas de trabalho de Louise, Fabiana Perpétua de Oliveira e Márcia do Nascimento são detidas após a Justiça decretar prisão preventiva. Élvis de Souza ainda é procurado pela polícia.

20 jun – A polícia divulga que Louise teria sido vítima de uma emboscada supostamente organizada por duas colegas de trabalho. A descoberta pela vítima de um possível esquema de desvio de dinheiro do caixa da iogurteria teria motivado o crime.

A Polícia Civil informou ontem que a universitária Louise Sayuri Maeda, 22 anos, que estava desaparecida desde 31 de maio e foi encontrada morta há quatro dias, foi vítima de uma emboscada que teria sido articulada por duas colegas de trabalho. A principal hipótese é de que Louise, que era supervisora de uma iogurteria no Shopping Mueller, em Curitiba, teria descoberto que uma das funcionárias estava desviando dinheiro do caixa. As duas colegas da vítima estão presas e um rapaz está foragido.As suspeitas foram identificadas pela polícia como Fabia­­na Perpétua de Oliveira, 20 anos, e Márcia do Nasci­­men­­to, 21 anos. As colegas de trabalho de Louise foram presas na madrugada de sábado passado, depois que a Justiça decretou a prisão temporária delas. Élvis de Souza, 20 anos – que, segundo a polícia, teria um rela­­cionamento com Márcia –, também é suspeito de envolvimento no crime. Ele teve a prisão decretada.

O delegado Marcelo Lemos de Oliveira, da Delegacia de Vi­­gi­­lâncias e Capturas, informou que a emboscada teria sido articulada por Márcia. No dia 31 de maio, ela teria convencido Fabiana a atrair Louise, convidando-a para ir a um bar após o expediente. Em depoimento, Fabiana declarou que Márcia disse que "estava brava com Louise e queria dar uma bronca nela".

Motivação

O delegado disse que ainda há lacunas na investigação no que diz respeito à motivação do crime, mas revelou que a principal hipótese é de que o crime esteja relacionado a um suposto desvio de dinheiro no caixa da iogurteria onde Louise e as suspeitas trabalhavam. Na casa de Márcia, a polícia encontrou R$ 2.250, valor que, para os investigadores, é incompatível com os rendimentos da suspeita. "Ela ainda não soube explicar de onde veio esse dinheiro", disse Lemos de Oliveira.

A advogada de Márcia, Ana Carolina Castro, ressalta que sua cliente nega que tenha desviado dinheiro do caixa e que tivesse qualquer relacionamento com Élvis. "Ela é casada e tem um filho de 3 anos. O dinheiro é proveniente das economias dela e do marido, e seria usado para construir uma casa", diz. Segun­­do a advogada, Élvis seria primo de Fabiana, que teria apresentado o rapaz a Márcia há apenas uma semana. A advogada acrescentou que, assim que tiver acesso aos autos, vai pedir a revogação da prisão de Márcia.

Na coletiva, a polícia afastou qualquer possibilidade de o crime estar relacionado a investigações sobre tráfico de drogas em shoppings de Curitiba, como chegou a ser divulgado por alguns veículos da imprensa.

Em buscas na casa do pai de Élvis, os policiais encontraram a bolsa que Louise carregava na noite do homicídio. "A sacola estava sob o assoalho de um dos quartos", disse o delegado. Segundo a polícia, o suspeito tem um carro semelhante ao usado no crime: um Gol prata de duas portas.

Na entrevista dada ontem também esteve presente o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinicius Michelotto, além de autoridades policiais, do Instituto Crimi­­nalística e também do Instituto Médico Legal (IML).

Suspeitas têm duas versões para a execução

As duas mulheres suspeitas de terem participado da morte de Louise Sayuri Maeda têm, segundo a polícia, versões diferentes para o crime. De acordo com o depoimento de Fabiana Perpétua de Oliveira, ela e Louise teriam se encontrado com Márcia do Nascimento e Élvis de Souza após saírem do shopping onde trabalhavam. O rapaz teria dirigido o carro até o bairro Campo do Santana, em Curitiba, e estacionado em um matagal, após Márcia simular que estava passando mal. Fabiana teria recebido ordens para ficar no veículo en­quanto os outros saíram. Instantes depois, Márcia e Élvis teriam retornado sem Louise. Márcia teria dito a ela que "Louise ficou no mato". Fabiana contou à polícia que teria visto manchas de sangue na jaqueta de Márcia. Em buscas, os investigadores encontraram uma peça de roupa semelhante à descrita e a encaminharam para a perícia.

Já Márcia alega que o grupo foi a um bar e, por volta da 1h30 do dia 1.º de junho, ela teria sido deixada em casa, enquanto Fabiana, Élvis e Louise seguiram no carro. Ela conta que não sabe de mais nada desde então. (VG, FA e GA)

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