Envelhecer como Mick Jagger, 72, ou Tina Turner, 76. É uma das meta dos futuros idosos brasileiros, hoje adolescentes, que participaram de um concurso de redação sobre envelhecimento.
A iniciativa, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, resultou em um livro que reúne 20 das redações selecionadas. Ao todo, 448 jovens de todas as regiões do país escreveram textos. A obra pode ser acessada gratuitamente no site da SBGG.
A estudante Julia Pinheiro, 16, a vencedora do concurso, diz que a cantora Tina Turner é o seu modelo ideal de envelhecimento. “No palco, ela parece que tem 20 e poucos anos. Ninguém fala que ela tem a idade que tem. Quero envelhecer assim.”
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São jovens com idade entre 14 e 25 anos, de todas as classes sociais, com sua intimidade exposta
Leia a matéria completaJá Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones, é a inspiração para a estudante Maria Wolff, 16, de Caxias do Sul (RS). “Ter 72 anos e viajar o mundo fazendo o que ama e estando em plena forma é, ao meu ver, o melhor jeito de chegar à temida terceira idade.”
Segundo Maria Angélica Sanchez, presidente do departamento de gerontologia da SBGG, o projeto teve como meta conhecer a visão dos jovens sobre a velhice e, também, esclarecer possíveis mitos e estigmas.
“Dar voz a esses adolescentes de hoje, que compõem o grupo que nos próximos 40 ou 50 anos serão os novos idosos, é um meio de promover que esses futuros idosos sejam mais ativos”, diz ela.
O Brasil tem hoje 24 milhões de pessoas acima de 60 anos. Desses, 4 milhões estão inseridos no mercado de trabalho. Angélica afirma que o mito de que o envelhecimento está associado a perdas, doença e proximidade da morte ainda parece fazer parte do imaginário de muitas pessoas. “O envelhecimento não é a via final. A expectativa de vida aumenta a cada ano e há muito do que viver.”
João Bastos Freire Neto, presidente da SBGG, explica que apenas 15% dos idosos acima de 75 anos têm limitação de mobilidade. “A grande maioria não é dependente. O que faltam são oportunidades.” Ele lembra que a educação é um importante indicador de qualidade de vida na velhice. “Pessoas sem acesso à educação têm quatro vezes mais chances de envelhecer com perda de autonomia”, diz.
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