Logo depois do almoço de domingo, moradores do Bairro Alto e do Boqueirão presenciaram cenas de violência e tiroteio. Ambos os crimes foram por motivos banais o primeiro foi passional e levou à morte um jovem de 18 anos. O segundo caso foi por rivalidade entre gangues uma criança de 9 anos e o irmão dela, de 20 anos, foram baleados na região do pescoço e encaminhados ao pronto-socorro do Hospital Cajuru.
"Nunca tinha visto isso antes. Ouvi os tiros e achei que fossem fogos. Quando olhei pela janela, vi o rapaz estirado no chão", conta uma moradora do Bairro Alto que prefere não se identificar. Por volta das 14 horas de ontem, Emanuel dos Santos, 18 anos, foi visitar os pais, passou por uma cancha esportiva, segundo vizinhos, onde teria provocado outros jovens que estavam no local. A briga entre eles era, conforme relatam os conhecidos, porque Emanuel tinha casos amorosos com algumas mulheres da região. "Ele já tinha ido morar em outro lugar por causa das ameaças", afirma um amigo que também prefere não ser identificado.
Os moradores estavam com medo de comentar o caso porque as brigas são constantes no bairro. Um deles chegou a ajudar Emanuel, que ficou cerca de 20 minutos consciente depois dos três tiros que levou na região do peito, mas não resistiu. O assassinato aconteceu na Rua Iriri. O Instituto Médico-Legal (IML) demorou três horas para retirar o corpo do rapaz do local, o que contribuiu com a aglomeração de pessoas que buscavam informações sobre o que havia ocorrido. O homem que atirou está foragido.
Ainda por volta das 14 horas de domingo, do outro lado da cidade, no bairro Boqueirão, Cleverson Levi de Almeida, 20 anos, andava com o irmão de 9 anos pela Rua Aristóteles da Silva Santos quando dois rapazes, em uma moto, passaram e atiraram. "É briga de gangue. Meu irmão é amigo de uns rapazes que são rivais de outros. Eles já estavam ameaçando e, ontem, sem dó eles tentaram matar ele", conta a irmã dos dois T.T.S., de 13 anos. Eles foram encaminhados para o Hospital Cajuru. A criança levou um tiro no pescoço, mas está bem. O irmão mais velho, ontem à noite, passava por uma cirurgia para tentar retirar os projéteis. Ambos não correm risco de morrer. Os dois suspeitos que atiraram também estão foragidos.
Ainda ontem, por volta das 21 horas, a Polícia Militar atendia mais dois casos de ferimentos por arma de fogo, um no bairro Tatuquara, com óbito, e outro em Almirante Tamandaré.
O fim de semana foi violento na capital paranaense, onde pelo menos 28 pessoas morreram por arma de fogo, arma branca ou agressão física. Somente entre as 18 horas de sexta-feira e 8 horas da manhã de sábado foram 16 casos. Na madrugada de domingo, um jovem de 15 anos morreu baleado na frente da danceteria Millenium, em Pinhais, região metropolitana.
Colaborou Jennifer Koppe



