Rio de Janeiro (Folhapress) O juiz Wilney Magno de Azevedo Silva, da 16.ª Vara Federal do Rio, negou ontem o pedido de liminar feito pelo Ministério Público Federal por meio de uma ação cautelar que interromperia a operação do Exército no Rio, realizada desde o fim de semana passado. O MP vai recorrer.
Em sua sentença, o juiz decidiu ainda extinguir o processo, sem julgamento do mérito. Os militares ocupam diversas regiões da cidade e realizam bloqueios em suas principais vias de acesso em busca de dez fuzis FAL e de uma pistola roubados do Estabelecimento Central de Transportes (ECT), em São Cristóvão (zona norte do Rio), no último dia 3.
Os procuradores da República Fábio Aragão e Vinícius Panetto alegam que a Constituição Federal não está sendo cumprida. Eles dizem que o Exército tem realizado funções exclusivas das polícias Civil e Militar, como revistar carros e moradores que entram e saem dos morros e favelas.
Os procuradores instauraram um procedimento para apurar possíveis arbitrariedades cometidas contra a população.
Em seu pedido de liminar, o Ministério Público Federal afirmava que não queria prejudicar as investigações sobre o roubo do armamento, mas contestava o cumprimento de mandados expedidos pela Justiça Militar.
No total, dez morros e favelas foram ocupados pelo Exército. Oficialmente, os militares afirmam que a operação terminará apenas quando as armas forem encontradas.



