O segundo dia de depoimentos sobre o confronto entre sem-terra e seguranças na Fazenda Syngenta, que deixou dois mortos em outubro de 2007, foi marcado pelo comparecimento de apenas seis das 21 testemunhas de acusação convocadas para depor. Caso o Ministério Público decida reconvocar os ausentes, o juiz Juliano Nanuncio, da 1ª Vara Criminal, já marcou nova data: 28 de maio.
A audiência de ontem, no Fórum de Cascavel, começou às 13 horas e terminou bem antes do previsto, por volta de 15h30. Na segunda-feira, no primeiro dia de audiência, apenas 10 das 20 testemunhas compareceram. Segundo Nanuncio, a ideia é dar prosseguimento às audiências nos dia 29 de maio e 1º de junho, para ouvir as mais de 50 testemunhas de defesa.
Entre as seis pessoas que compareceram à audiência de ontem estava o gerente de pesquisa da Syngenta Seeds, Arnaldo Bellucci. Durante o depoimento, ele foi pressionado pelos advogados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e daVia Campesina para que esclarecesse uma cláusula no contrato entre a empresa e a NF Segurança, que estabelecia que em caso de "invasão o número de vigilantes deveria ser dobrado".
Bellucci sustentou que não tinha conhecimento sobre essa cláusula e que a única orientação da empresa era para que, em caso de invasão, os seguranças "não reagissem e simplesmente abandonassem a área". Além dele, foram ouvidos policiais, um agricultor e o dono de uma transportadora que prestou serviço para a NF Segurança.
"Apesar de esse ser um caso complexo, com 19 acusados e mais de 100 testemunhas, e ainda se tratar de julgamento de réus soltos, o que não é prioridade para o Judiciário, acredito que tudo está andando bem, com rapidez", avaliou o juiz.



