Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Competência do município

Justiça de SP anula decisão que obrigava prefeitura a mudar nomes de ruas ligados à ditadura

A Justiça de São Paulo anulou decisão que obrigava a mudança de nomes de logradouros. Um deles é a Ponte das Bandeiras, que homenageava o delegado Romeu Tuma. (Foto: Wikimedia Commons)

Ouça este conteúdo

A Justiça de São Paulo (TJ-SP) publicou na terça-feira (23) um acórdão que retira da Prefeitura de São Paulo a obrigação de mudar nomes de ruas em homenagem a figuras públicas da ditadura militar. Segundo o TJ-SP, a decisão anterior se intrometia na competência do município.

Em maio deste ano, uma sentença determinou que a gestão de Ricardo Nunes (MDB) seguisse o cronograma do programa “Ruas de Memória”, criado por lei da época em que Fernando Haddad (PT) era prefeito, e que previa a substituição gradual de nomes “associados a violações de direitos humanos”.

VEJA TAMBÉM:

Entre os logradouros com nomes que teriam mudança estavam a avenida Presidente Castelo Branco (a Marginal Tietê, que homenageia um dos presidentes militares), a ponte Romeu Tuma (Ponte das Bandeiras, que homenageia o delegado e político) e a rua Trinta e Um de Março (data que marcou o início do regime).

Na decisão desta semana, o relator Fausto Seabra argumentou que é contra a “harmonia entre poderes” que o Judiciário se intrometa nas atribuições da Câmara de Vereadores e da Prefeitura, impondo prazos e obrigações. Em sua defesa, a gestão de Ricardo Nunes diz que a alteração de nomes de ruas no judiciário viola a autonomia entre poderes.

"Ao Poder Judiciário somente é possível intervir quando houver violação da Constituição", declarou Fausto Seabra, que acolheu o argumento.

Outro argumento da decisão é que tramitam iniciativas dos vereadores que tratam do mesmo tema. Autor da ação inicial, o Instituto Vladimir Herzog lamentou e disse que vai recorrer. “Entendemos que a permanência dessas homenagens constitui afronta à memória democrática do país e mantém viva, em nossos espaços coletivos, a exaltação de um regime responsável por graves violações de direitos humanos”.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.