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Recalcatti na sede do Gaeco, na ocasião de sua primeira prisão pelo caso | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Recalcatti na sede do Gaeco, na ocasião de sua primeira prisão pelo caso| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O delegado Rubens Recalcatti e outros oito réus, acusados de participação no assassinato de Ricardo Geffer, em abril do ano passado, tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Até as 9h30 desta quarta-feira (3), segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), nenhum dos acusados havia se apresentado à polícia e, portanto, eram considerados foragidos.

Nesta terça (2), a Comarca de Rio Branco do Sul aceitou a denúncia oferecida pelo MP-PR, que aponta o envolvimento do delegado, de sete investigadores de sua equipe e de Mauro Sidnei do Rosário no crime. No processo, eles são acusados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, crueldade e sem chance de defesa da vítima), abuso de autoridade e fraude processual.

Segundo o Ministério Público, o mandado de prisão expedido pela Justiça ainda nesta terça ressalta que os acusados “representam risco à ordem pública” e que a medida é necessária para boa a instrução criminal, ou seja, para o andamento do processo.

Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, o advogado de defesa de Recalcatti e dos sete investigadores, Cláudio Dalledone Júnior, não disse se seus clientes irão ou não se apresentar à Justiça. Por telefone, ele acrescentou que até o meio-dia desta quarta deve entrar com um pedido de habeas corpus na tentativa de garantir a liberdade dos réus. O advogado ainda contestou que Recalcatti e os investigadores sejam foragidos.

“Não são foragidos. Eles estão exercendo o direito de defesa deles de permanecer em liberdade”, declarou Dalledone, que classificou o mandado de prisão como “arbitrário”.

Recalcatti e mais oito pessoas - sendo sete delas policiais - agora são réus no processo que os liga à execução de Ricardo Geffer, suspeito de ter matado o ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari – primo do delegado.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Mauro Sidnei do Rosário.

Prisões trariam mais segurança às testemunhas

No documento que dá aval às prisões preventivas dos réus, a juíza Marina Lorena Pasqualotto, da Comarca de Rio Branco do Sul, ressalta possíveis perseguições às testemunhas como um dos motivos que embasou a autorização.

Segundo a magistrada, após prestar depoimento ao Ministério Público, um sobrinho Ricardo Geffer teria sido “avisado” por Rubens Recalcatti de que o melhor era ele relatar das próximas vezes que o que ele tinha presenciado foi “somente um confronto”. A mensagem teria sido entregue ao tio da testemunha diretamente pelo delegado.

“(...) [o sobrinho] deveria dizer que teria ocorrido somente um confronto, que Ricardo teria efetuado tiros contra ele (Recalcatti). O seu tio, ainda repassando o recado, teria acrescido: ‘pro teu bem, é melhor falar que foi um confronto’ ”.

Além de alegar seguranças às testemunhas - já que oito dos nove réus são da Polícia Civil – a juíza ainda afirmou serem suficientes os indícios que apontam os supostos autores do crime.

“O laudo de reprodução simulada do local do crime narra a mesma sequência das testemunhas que estavam presentes no dia dos fatos (...). Assim, ao menos do que até aqui se tem, é possível concluir-se que existem indícios suficientes de autoria delitiva”, argumenta a magistrada, que alegou a necessidade das prisões por risco à ordem pública.

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