
Quatro acusados de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, foram soltos da cadeia no início da madrugada de sábado. A ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza; uma ex-namorada do jogador, Fernanda Gomes de Castro; o caseiro Elenilson Vítor da Silva; e Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha", tiveram as prisões preventivas revogadas pela Justiça.
Os quatro foram absolvidos da acusação de assassinato de Eliza pela juíza Marixa Fabiane Lopes, do Tribunal do Júri do Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eles foram presos em julho, também por ordem da Justiça, ainda durante as investigações em torno do desaparecimento da jovem.
Apesar de terem sido absolvidos da acusação de assassinato, os quatro ainda serão julgados por sequestro e cárcere privado do bebê de Eliza, que teria nascido a partir da relação dela com Bruno. Para a polícia e o Ministério Público, a disputa pela paternidade da criança seria o motivo do assassinato de Eliza, cujo corpo nunca foi encontrado. Dayanne, Fernanda, Silva e "Coxinha" estão à disposição da Justiça e não podem deixar Minas Gerais.
A decisão de soltá-los ocorreu na mesma sentença em que Marixa determinou que o goleiro Bruno; seu braço direito, Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão"; um primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales; e o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", serão julgados por um júri popular por sequestro e assassinato de Eliza. Eles já tiveram vários pedidos de liberdade negados pela Justiça e devem continuar presos até o julgamento, que ainda não tem data marcada para ocorrer.
Crueldade
"A acusação contra eles é gravíssima. Conceder o direito de recorrer em liberdade incutiria no cidadão comum a sensação que o cometimento de crimes não gera a resposta estatal", ressaltou Marixa em sua sentença. Para a juíza, o crime que teria sido cometido pelos acusados "ultrapassa os limites da crueldade, gera perplexidade e intranquiliza a sociedade".
Marixa absolveu de todas as acusações o motorista Flávio Caetano de Araújo, que já havia sido libertado da prisão. Depois que a juíza anunciou a decisão, os advogados de Dayanne, Fernanda, "Coxinha" e Silva adiantaram que pedirão o desmembramento do processo. Caso o pedido seja acatado pela Justiça, eles não precisarão responder pelas acusações no Tribunal do Júri com os demais réus.
Já os advogados de Bruno, "Macarrão", "Bola" e Sales afirmaram que vão recorrer da decisão de Marixa. A estratégia é tentar pelo menos adiar o julgamento o máximo possível para evitar o clamor popular em torno do caso. O Ministério Público também pode recorrer da sentença.



