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Ponta Grossa - A 4.ª Vara Cível de Ponta Gros­sa, nos Campos Gerais, determinou ontem a desocupação imediata da fazenda São Francisco II, ocupada há uma semana pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O juiz Fábio Marcondes Leite ordenou que o comando da Polícia Mi­­litar acompanhe o oficial de Justiça na desocupação, sob pena de prisão para quem descumprir a determinação. O tenente-coronel reformado da PM Waldir Copetti Neves, que requer a área, comemorou a decisão, mas os integrantes do MST afirmam que, independentemente da ordem judicial, eles ficarão na área.

A reintegração foi determinada na última quarta-feira. Um dia depois, um oficial de Justiça com­­pareceu à sede do 1.º Bata­lhão da PM em Ponta Grossa para pedir reforço a fim de executar a determinação. O comando respondeu, em ofício, que dependeria da autorização da Secretaria de Estado da Segu­rança Pública (Sesp). O ofício foi encaminhado ao juiz, que on­­tem estabeleceu o cumprimento imediato da ordem.

A assessoria de imprensa da Sesp respondeu ontem que o órgão ainda não foi notificado da nova decisão judicial e que, portanto, não havia nenhuma ação planejada para desocupar a fazenda. Segundo Neves, se mesmo apesar da ordem judicial a secretaria descumprir a determinação, ele entrará com novos pedidos na Justiça visando o despejo dos sem-terra da área, que ele alega ter comprado de uma imobiliária de Ponta Grossa em 1999, mas que é objeto de um processo na Justiça Federal por parte da Empresa Brasileira de Pesquisas Agro­pecuárias (Embrapa) visando o reconhecimento da área por parte da União.

Em maio de 2007, as áreas São Francisco I e II, que estavam ocupadas pelos militantes do MST, só foram desocupadas depois de uma decisão judicial que pedia a prisão dos comandantes da PM do Paraná e de Ponta Grossa. Ontem, a situação estava aparentemente tranquila no acampamento do MST. Conforme uma das lideranças, que se identifica apenas como Botinha, estão chegando novas famílias. A intenção do movimento, segundo ele, é ocupar também a área do São Francisco I. Conforme Neves, que mantém parentes e funcionários acampados a apenas 150 metros dos sem-terra, os militantes estão destruindo a soja já plantada na fazenda. "Estão fa­­zendo o mesmo que aconteceu na Cutrale", comparou.

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