
Ortigueira Uma moradora do município de Ortigueira, na região dos Campos Gerais, conseguiu uma liminar impedindo que qualquer funcionário da Copel chegue a menos de 150 metros de sua casa. Ela sofreu um derrame e acredita que possa ter tido o problema devido à pressão que teria recebido de funcionários da empresa.
A acusação feita pelo advogado da sitiante Gelmira Biscaia de Oliveira, 49 anos, contra a Copel tem origem na construção da Usina de Mauá, que irá alagar uma área de mais de 7 mil hectares da região. A área será usada para a formação da barragem da hidrelétrica. O advogado afirma que os emissários da estatal estariam apresentando valores irrisórios para a desapropriação das casas e tentando coagir os moradores para aceitar o preço ditado pela companhia.
Conforme narra o advogado Gabriel Granado na ação impetrada no fórum de Ortigueira, Gelmira recebeu um agrimensor da Copel para fazer medições do terreno. O funcionário teria oferecido R$ 6 mil de indenização a ela e seu marido, o pescador Sebastião Leite de Oliveira, 57 anos.
A obra da Usina de Mauá tem início programado para novembro deste ano. A obra, que será feita em parceria com a Eletrosul, terá 361 megawatts de potência instalada. O custo da obra está estimado em R$ 950 milhões. A capacidade de geração é suficiente para atender uma cidade com 1 milhão de habitantes.
Todos os moradores da região à beira do Rio Tibagi na altura de Porto Mauá, entre Telêmaco Borba e Ortigueira, deverão ser removidos de suas casas. A prioridade inicial da empresa, no momento, é a negociação com cerca de 40 proprietários ribeirinhos. A maioria deles é de pescadores e garimpeiros de barranco.
Seqüelas
Depois de ser hospitalizada, no dia 26 de agosto, dona Gelmira deixou de andar e passou a viver presa a uma cadeira de rodas. Ela também não consegue mais falar normalmente. Diante da situação, o advogado da sitiante ingressou na justiça com um pedido de suspensão da negociação e obteve uma liminar na Comarca de Ortigueira. Há quatro dias, dona Gelmira voltou a ser internada no Hospital Doutor Feitosa, em Telêmaco Borba.
De acordo com o despacho da juíza que concedeu a liminar, os funcionários da Copel estão impedidos de ir até a propriedade reivindicar a compra do sítio até que o mérito da ação seja julgado. A sentença da juíza prevê ainda uma multa diária, estipulada em R$ 500, em caso de descumprimento da determinação.



