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Os paranaenses têm um motivo de júbilo e outro de preocupação nesses dias que antecedem as festas de fim de ano. As compras de Natal estão garantidas com a injeção, até o dia 20, de R$ 3 bilhões na forma de 13.º salário – 17% a mais do que igual período de 2004. Com mais dinheiro circulando nas ruas, cresce o número de marginais às portas do comércio e das agências bancárias. Juntam-se a eles ladrões ocasionais atrás de vítimas distraídas. Os alvos preferenciais são mulheres, idosos e descuidados vendedores de lojas. As informações são do repórter Mauri Konig, da Gazeta do Povo.

Curitiba concentra o maior volume desses recursos e também o maior número de assaltos no período. A Secretaria de Estado da Segurança Pública não dispõe de estatística atualizada, mas sabe que esta é a época mais crítica do ano. Tanto que lançou ontem a Operação Natal 2005, um reforço de 200 homens da Polícia Militar e da Polícia Civil em Curitiba e região metropolitana. A atenção policial estará voltada especialmente aos eixos comerciais e praças, locais mais vulneráveis à ação dos marginais por terem maior circulação de pessoas.

O objetivo do ladrão é patrimonial e não pessoal, mas isso não impede que ele seja desumano na hora do roubo. Ontem, por volta do meio-dia, um sexagenário ficou ferido durante um assalto ao ser violentamente jogado ao solo, na Praça Carlos Gomes. Ele estava sendo vigiado desde a saída de uma agência bancária nas imediações, onde fizera uma retirada de R$ 10 mil. Perdeu tudo. O ladrão, bastante jovem segundo testemunhas, conseguiu fugir. Nenhum policial estava no módulo da PM localizado a poucos metros do local do assalto.

Ocorrências como esta acontecem praticamente todos os dias nas ruas de Curitiba e se intensificam nesse período. Franklin Dias do Nascimento, 44 anos, passa os dias na Rua XV de Novembro, no centro da cidade, onde divulga para os transeuntes os serviços de uma meia dúzia de lojas. Já viu "de tudo" – de assaltos na rua a furtos em lojas. "Eles costumam cercar os velhinhos em três ou quatro, roubam a carteira dele e saem correndo", conta. Na fuga, jogam duas ou três notas de um real no chão para distrair a vítima.

Outro ponto crítico é a Praça Rui Barbosa, no entorno do Mercado Central. Na avaliação do presidente do Centro Comercial da Rui Barbosa, Osvaldo Avelino da Silva, o problema teve uma sensível melhora de seis meses para cá, desde que a Guarda Municipal passou a ocupar o módulo policial desativado pela PM há um ano. Os marginais migraram da praça para as lojas. Osvaldo diz ser a Turma da Xuxa, o mesmo grupo que atormenta transeuntes e comerciantes da Rua XV, como confirma Franklin.

O grupo, formado basicamente por mulheres, ataca sobretudo lojas de calçados e confecções. Elas entram no comércio e furtam a bolsa dos clientes ou, numa distração do vendedor, enchem a sacola com mercadorias e saem.

A Operação Natal 2005 foi lançada às 17 horas na Praça Rui Barbosa. Duas horas depois, ao longo de todo o calçadão da Rua XV, da Praça Osório à Praça Santos Andrade, só era possível ver uma única viatura da PM, estacionada na esquina do banco HSBC.

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