O laudo feito pelos peritos do Instituto Médico-Legal (IML) confirma as suspeitas de que a menina Joanna Marcenal Marins, de 5 anos, morta em agosto, depois de ficar 26 dias em coma, sofreu maus-tratos. O documento a que O GLOBO teve acesso conclui que as lesões nas nádegas da criança, semelhantes a queimaduras, foram causadas por substância química ou ação física, e que as cicatrizes e feridas no corpo de Joanna foram provocadas por traumas.
A menina morreu no dia 13 de agosto, segundo os peritos, em consequência de uma meningite viral desenvolvida a partir de herpes, conforme O GLOBO adiantou no mês passado. O laudo descreve que a doença pode ser consequência de baixa imunidade. Na conclusão do exame, os peritos citam que falta de higiene e de proteção às crises convulsivas caracterizaram um quadro de "maus-tratos", mas afirmam não ter elementos para responder se a a morte foi produzida por meio cruel.
Maus-tratos podem ter provocado baixa imunidade
- O laudo conclui o mais importante: a causa da morte e os maus-tratos. Cabe à polícia descobrir a que nível chegaram esses maus-tratos, pois as condições ou punições a que ela foi submetida podem ser a origem da baixa imunidade e, consequentemente, da meningite. As defesas do corpo humano ficam extremamente prejudicadas quando a pessoa é mantida em condições precárias, está mal alimentada ou sem medicação correta, por exemplo - explicou o perito criminal Mauro Ricart, consultado pelo GLOBO.
O exame de corpo de delito constatou ainda que Joanna sofria de displasia (desenvolvimento anormal dos tecidos) severa. A patologia, outra possível consequência do quadro imunológico da criança, segundo os peritos do IML, pode ser deflagrada ou agravada por estresse.
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