Brasília O Comando da Aeronáutica já concluiu que a colisão entre o Legacy e o Boeing 737-800 cortou um pedaço da asa direita do avião da Gol, revelou uma fonte próxima às investigações. Isso aconteceu porque o jato da Embraer passou por baixo do 737-800. O impacto explica a queda do avião em espiral, pois a asa danificada tende a virar para baixo e a asa intacta sobe, fazendo com que a aeronave caia de nariz. Segundo as investigações, a queda teria durado dois minutos e meio. "O Comando da Aeronáutica já concluiu que a colisão atingiu a asa, e não o corpo do avião. O winglet (extremidade da asa do Legacy com a ponta virada para cima) é como uma faca. Cortou um pedaço da asa, atingindo o estabilizador, mas não o tanque", afirma a fonte.
Um acidente aéreo é provocado pela sucessão de cinco ou seis erros, e não apenas um, segundo um estudo apresentado quinta-feira pelo especialista em segurança de vôo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), coronel Douglas Machado. De acordo com ele, um levantamento feito a partir de 238 acidentes aponta para 75% de causas operacionais, envolvendo o homem e a máquina. Outros 20% estão relacionados com fatores humanos, e os 5% restantes são de causas materiais (problemas de fabricação). "O avião é tão perfeito que não existe jeito de um só fator provocar um acidente. A experiência diz que entre cinco e seis erros provocam um acidente. Se você cometer quatro, só se der muito azar. Leva um susto, mas não quebra o avião", afirma Machado.
Fatores
De acordo com o estudo, elaborado pela Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês), fatores operacionais incluem a parte mecânica, de pilotagem e controle de vôo. "Temos o fator puramente humano, que seria a parte do aspecto psicológico. E o fator material, que é problema de fabricação, muito raro", afirma o coronel. De acordo com ele, 90% dos acidentes poderiam ser evitados com uma boa supervisão de tráfego aéreo, manutenção e operação.



