
A prefeitura de Curitiba protocolou, na semana passada, uma carta-consulta na Secretaria de Assuntos Internacionais (Seain), do Governo Federal, para receber o financiamento de US$ 137 milhões para a construção do trecho norte da Linha Verde. Além das obras, desta vez no trecho entre o Jardim Botânico ao Atuba, o planejamento de gastos prevê também o alargamento de dois viadutos e a construção de cinco trincheiras.
A construção das trincheiras será facilitada pelas irregularidades do terreno no novo trecho. "O trecho sul é praticamente inteiro plano, o que dificulta a realização dessas obras. Na parte norte, porém, segundo estudo da Universidade Federal do Paraná, existem desníveis que facilitam a execução das obras", diz o secretário municipal do planejamento, Sérgio Rizzardo.
A professora de Planejamento Urbano e Regional da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Zulma Schussel afirma que as obras complementares viadutos e trincheiras são importantes para melhorar a mobilidade do trânsito. "No trecho inicial, consegue-se manter a velocidade até se aproximar dos semáforos. Essas obras transformam efetivamente a Linha Verde em um eixo metropolitano, que é justamente o que está faltando na primeira parte", diz.
Principalmente com as novas trincheiras, a professora acredita que haverá integração. "São vias estruturais que estão sendo construídas com o objetivo de realizar uma integração com o resto da cidade, que é o que justamente sempre se questionou com a existência da antiga BR e na primeira fase da Linha Verde", afirma.
Professor de Gestão Urbana da PUCPR, Fábio Duarte argumenta que as obras vão dar um novo fôlego para a Linha Verde, porque ainda não se conhece o real movimento da via. "Isso é fundamental. O tráfego da Linha Verde ainda é o mesmo da antiga BR. Muito provavelmente, com o passar do tempo, ele será maior porque, além do movimento da rodovia, o pessoal que anda dentro da cidade se sentirá interessado em utilizá-la", diz.
Financiamento
De acordo com Rizzardo, a liberação da verba pode ser menos burocrática do que o normal, em razão de o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já ter autorizado o projeto global da Linha Verde num primeiro momento. "O projeto total já recebeu o estudo de viabilidade do BID. Por isso, entendo que não há a necessidade de uma negociação intensa para o financiamento", diz. "E, se tudo correr conforme é esperado, podemos realizar as primeiras licitações para a segunda fase já no primeiro trimestre de 2009", completa.
O secretário explica que a variação cambial pode beneficiar a prefeitura desta vez, ao contrário do que ocorreu na primeira fase. "No trecho sul, a desvalorização diminuiu o nosso poder de execução. Dessa vez, no entanto, com o dólar está subindo, podemos ter uma verba maior para a execução do projeto", explica. Rizzardo garante que, em caso de variação positiva, o acréscimo de dinheiro será destinado exclusivamente às obras.




