Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
aplicativos

Lojas on-line se tornam armadilha para crianças e dívidas para pais

Criança gasta R$ 2 mil comprando “vidas” para jogar no tablet. Procon recomenda registrar queixa

Nos EUA, empresa teve de indenizar pais cujos filhos compraram jogos sem consentimento | Gilberto Abelha / Jornal de Londrina
Nos EUA, empresa teve de indenizar pais cujos filhos compraram jogos sem consentimento (Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina)

Imagine abrir a fatura do cartão de crédito e se deparar com uma conta de R$ 2 mil em "vidas" para o jogo The Sims, adquiridas pela filha de 10 anos em uma loja on-line de aplicativos. Pois essa foi a surpresa da analista de sistemas Renata (nome fictício, para preservar a identidade da filha), 40 anos, ao conferir o extrato no mês passado. Em quatro dias, a menina gastou US$ 900. "Levei um choque. Só tinha inserido a senha do cartão uma vez para comprar um editor de textos para o iPad. Nunca mais usei. E simplesmente aceitaram um gasto desses sem questionar."

O filho de 7 anos do empresário Marcos (nome fictício) gastou R$ 1,5 mil em aplicativos no tablet. "Você é praticamente obrigado a cadastrar um cartão de crédito internacional quando vai configurar o tablet ou o celular. Só que não imagina que isso possa se voltar contra você mesmo", diz. O filho estava orientado a não comprar nada e só pegar jogos gratuitos. "Mas alguns jogos são grátis por tempo limitado, depois têm de ser pagos ou encerrados. E ele continuou, achando que não teria problema."

Renata vai acionar o Procon e tentar reaver o valor da operadora do cartão de crédito. "Sempre que vou fazer uma compra com um valor um pouco maior do que estou acostumada, alguém da operadora me liga perguntando se sou eu mesma. Por que deixaram passar dessa vez?" Marcos ainda está analisando o caso. "Não sei se vale a pena. Pode ser que gaste mais com advogados."

Casos internacionais

Em 2011, uma empresa norte-americana foi condenada por um tribunal da Califórnia a indenizar pais de crianças que gastaram muito com jogos e aplicativos sem consentimento. A empresa teve de disponibilizar mais de US$ 100 milhões em vale-compras na própria loja virtual para clientes dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, nos casos em que as compras não autorizadas ultrapassaram US$ 30.

Agora, reguladores da União Europeia (UE) estão pressionando empresas fornecedoras para que mudem os atuais sistemas. O grupo Cooperação para Proteção ao Consumidor decidiu que os games anunciados como "gratuitos" não podem deturpar as informações de custo aos consumidores.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.