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Londrina pode perder locomotiva histórica para Curitiba

Bem histórico com 110 anos deve ser recuperado por completo para rodar em passeios turísticos

Locomotiva histórica de Londrina pode ser levada para Curitiba | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
Locomotiva histórica de Londrina pode ser levada para Curitiba (Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina)

Londrina, no Norte do estado, pode perder uma locomotiva histórica de 110 anos, que seria enviada para restauro e usada em passeios na região de Curitiba. Pouco conhecido, o equipamento degrada-se no tempo desde 1998, quando foi instalado em frente ao Pronto Atendimento Infantil (PAI).

A máquina, uma manobreira à vapor La Meuse, número 101, fabricada na Bélgica era usada para engatar e desengatar trens. Ela foi requisitada formalmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à prefeitura de Londrina.

A comunicação sobre o “sequestro” do equipamento está publicada no Diário Oficial da União. No documento, o Iphan informa que a locomotiva já foi cedida para a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). O compromisso, segundo o Iphan, é que a peça histórica seja recuperada e colocada para rodar, provavelmente em algum dos passeios históricos em Curitiba.

O equipamento está deteriorado, enferrujado e cheio de marcas de vandalismo. Em meio aos rabiscos de nomes dos “visitantes”, está a logo da Rede Viária Paraná-Santa Catarina (RVPSC), a quem pertencia a máquina.

“Não gostaríamos de perder essa peça e faremos o possível para que fique em Londrina”, afirma a secretária de Cultura da cidade, Solange Batigliana, dizendo-se surpresa com a intenção de retirada. De acordo com a secretária, a ideia era transportá-la para dentro do Museu Padre Carlos Weiss, sob gestão da Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde ficaria junto com a máquina Baldwin à vapor, restaurada.

Sem volta

O Iphan dá como certa a transferência da locomotiva para Curitiba. “Não temos nada contra Londrina e sabemos que é desagradável retirar algo com ligação histórica com a cidade. Mas a proposta feita pela associação é de que todo o material ferroviário cedido será restaurado para rodar. Não queremos apenas uma recuperação estética e decorativa. Colocar a locomotiva nos trilhos é algo que Londrina não ofereceu”, explica José La Pastina Filho, superintendente do Iphan de Curitiba.

“A locomotiva que está aí pode viajar por qualquer local. Mas da forma como o equipamento está, em uma situação complicada, enxergamos como obrigação do Iphan vê-lo funcionar onde haja condições”, afirmou.

La Pastina disse ter enviado uma carta à prefeitura de Londrina e à secretaria de cultura em que detalha a questão e compromete-se a enviar outras máquinas para a cidade, “no futuro”, caso os projetos de revitalização ferroviária da cidade contemplem a obrigação de fazer os equipamentos rodarem.

Até o momento, não há uma data específica para a retirada da locomotiva da frente do PAI. A reportagem não conseguiu contato com a ABPF para saber sobre a possibilidade de o equipamento permanecer em Londrina.

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