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Brasília – O dia seguinte ao debate da Band, que foi marcado por uma guerra de acusações e poucas propostas de governo, foi marcado por ataques entre os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin, e do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula disse que o embate na tevê "foi um dos dias mais tristes" que já viveu como político, porque pensou não estar diante de um candidato, mas sim "na frente de um delegado de porta de cadeia". Surpreendido pelo tom agressivo do tucano, Lula mostrou nervosismo nos dois primeiros blocos do debate, quando Alckmin questionou a origem do "dinheiro sujo" apreendido com petistas para comprar um dossiê contra o PSDB.

Em evento de campanha com cerca de 30 cantores evangélicos no Palácio da Alvorada, organizado pelo senador Marcelo Crivella (PRB), ele criticou o tucano: "Confesso a vocês que ontem foi um dos dias mais tristes que eu vivi como político. Já debati com Ulysses Guimarães, com Brizola, com Mário Covas, com Aureliano Chaves, com Afif, com Collor, com Serra, com Ciro Gomes, com Garotinho, com Jânio Quadros, com Franco Montoro. Tinha um nível político assimilável no debate. Ontem, eu pensei que não estava na frente de um candidato, pensei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia", disse o presidente.

Lula acusou o tucano de bater na tecla da corrupção para fugir do debate sobre programa de governo: "Por que os nossos adversários não querem discutir política econômica? Por que eles não querem discutir política social? E vocês que viram o debate ontem perceberam que o cidadão é o samba de uma nota só. Ele pegou tudo que é matéria de jornal e resolveu transformar no programa dele".

"Consciência tranqüila"

Alckmin, afirmou ter dormido "com a consciência tranqüila" após o confronto e procurou justificar seu comportamento. "O tom não é agressivo. Eu estou absolutamente zen, absolutamente tranqüilo, dormi tranqüilo, com a consciência tranqüila. Agora, nós temos de ser verdadeiros, isso sim."

Segundo Alckmin, sua postura no debate vocalizou o "sentimento do povo": "Eu quase não consegui andar na rua hoje (ontem) cedo. Acho que externei o sentimento de indignação do povo brasileiro. Acho que isso estava parado na garganta de todo mundo. Fui um instrumento do povo, mas não com raiva, mas com indignação. Nós não podemos achar que o que vem ocorrendo no Brasil, e não parou de acontecer, seja normal".

De acordo com ele, a estratégia adotada ontem não poderia ter sido utilizada nos debates do primeiro turno porque Lula não compareceu. "Essa mentirada do Lula, pelas costas, de dizer que eu vou privatizar Banco do Brasil, Correios, Petrobrás, Caixa Econômica, que eu vou acabar com o Bolsa Família, tudo mentira. Eu falo a verdade, frente a frente, não pelas costas.

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