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Superpopulação

Macacos de Maringá serão levados para reserva de Mauá

Crescimento descontrolado do bando que habita floresta urbana na região central ameaça a vizinhança com ataques em busca de comida

Os animais serão removidos do Horto Florestal de Maringá entre abril e maio de 2009 | Ivan Amorim/Gazeta do Povo
Os animais serão removidos do Horto Florestal de Maringá entre abril e maio de 2009 (Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo)

Maringá - Alimentados por visitantes com frutas, biscoitos e salgadinhos industrializados, os macacos-prego que vivem no Horto Municipal de Maringá estão atormentando a vizinhança. Encontrando nas mãos humanas uma fartura muito maior do que a mata proporciona, os macaquinhos desenvolveram uma superpopulação nos últimos anos, que esgotou a comida encontrada na natureza. Em apenas cinco meses, o bando passou de 101 primatas para 112. O crescimento de 10% foi verificado em um censo realizado pela equipe de biólogos da prefeitura. Por causa da superpopulação, os biólogos desenvolveram um projeto de remoção de parte do bando. Cerca de 40 macacos deverão ser transferidos até maio do ano que vem para a Reserva de Proteção Permanente de Mauá da Serra, Norte paranaense. A idéia está em fase de aprovação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, com sede na Paraíba.

A transferência deve ajudar a amenizar os riscos que os animais oferecem à população. Na busca por alimentos, os pequenos primatas invadem casas, plantações e atacam as pessoas que passam pela área de 32 hectares de floresta nativa urbana, localizada em área nobre da cidade.

O macaco-prego é considerado pelos biólogos um dos primatas mais inteligentes das Américas e tem dieta onívora, ou seja, come de tudo. "Como não existe nenhum predador da espécie no Horto, eles se reproduzem com facilidade e extinguiram com quase toda a comida disponível", diz a bióloga da prefeitura, Ana Cristina Farias.

Para não deixar os bichos passar fome, a prefeitura os alimenta com 36 quilos de banana todos os dias, mas não é o suficiente. Vizinho do Horto, o produtor de bananas Cláudio Alberto Milagres sofre com os ataques dos bichos. "Eles comem todos os brotos. E se a fruta consegue se desenvolver, os bichos pegam verde mesmo", diz. "A empregada da minha vizinha já foi mordida por um macaco que tentou tirar comida da mão dela. Crianças também , descreve."

O diretor do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, Marcos Fialho, explica que além da alimentação artificial proporcionar o aumento da população, "o macaco passa a ver o ser humano não mais como uma ameaça. Ele perde o medo, vê as pessoas como fonte de alimentação".

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